Artigos Opinião
Disfarce de meio-cidadãos
A primeira atitude digna de qualquer cidadão é concordar ou discordar sem medo do constrangimento do senso comum ou daquela atmosfera que rodeia quando se destoa do que a maioria faz e pensa. Melhor que esta etapa rudimentar da cidadania é ter a capacidade de justificar a decisão, a escolha ou a opinião.
O livro e o tempo
Primeiro o homem aprendeu a ler. A ler as estações do ano, as fases da lua, o tempo da colheita, da pesca, da seca, da chuva. O tempo da estiagem e o tempo da fartura. Migrava de um lado para o outro em busca de abrigo e de alimento. Em bandos, foi se organizando, dentro de uma consciência nômade de vida, de existência. A sua casa era o tempo, tendo como telhado o firmamento.
Um Exercício Para se Pensar
Está perto do 3 de outubro. Faltam treze dias. Tempo bastante para se decidir em quem se deve votar. Voto que tem o sentido de procuração. Pois através desse ato, políticos passam a falar, reivindicar e a cuidar dos negócios públicos em nome da população.
O flanelinha, o camelô e o mercado
No vácuo do exercício da autoridade pelos titulares dos poderes públicos, o “flanelinha”, ou “guardador de veículos” tornou-se uma praga nacional. Durante muito tempo as autoridades o toleraram diante do demagógico entendimento de que o país estava em crise e era melhor ele estar ocupado em guardar veículos do que obrigado a roubar para sobreviver. Diante das esfarrapadas desculpas, a atividade instalou-se e hoje tem, em São Paulo, até um sindicato que promete conferir legalidade e segurança jurídica para o seu exercício.
Mais oportunidades para as empresas emergentes
Foi grande e justificado o alarde que se fez ante a recente divulgação de que a remessa de lucros das multinacionais constituiu-se na principal causa de o País ter registrado este ano o pior resultado, desde 1947, nas suas contas externas no acumulado do primeiro semestre. Mais grave ainda é a estimativa do Banco Central de que os ganhos expatriados podem superar o Investimento Estrangeiro Direto (IED), alcançando US$ 32 bilhões no final do exercício, o que significaria crescimento de 27% em 12 meses.
Aqui e lá
No último final de semana recebi uma correspondência de um apaixonado filho de Cuiabá (ainda capital), que uma vez por mês, por motivos familiares, visita a ex-Cidade Maravilhosa. Contrariado com o que viu por lá, aproveitou para fotografar a causa da sua indignação. As fotos enviadas não me causaram nenhuma surpresa. Já estou acostumado a ver nossos mitos cuiabanos serem alvo de tanto menosprezo! Transcrevo parte do desabafo do doutor Carlos Eduardo Epaminondas:
De caminhada
Cuiabá sangrava muito no final dos anos 1970. Havia forte indignação popular com o seccionamento territorial para a criação de Mato Grosso do Sul. O regime vigente não permitia manifestações nas ruas. Mas, nem o arbítrio impediu que nas urnas em 1978, Mato Grosso votasse contra o candidato ao Senado Garcia Neto, que à época da divisão era governador biônico e na fase final do rito emancipatório apoiou a União.
A Lei Maria da Penha e as eleições
Nunca fiquei tão decepcionado em uma eleição como estou nessa, principalmente com os eleitores do estado de São Paulo, onde voto. Sempre tive orgulho desta terra fértil e deste povo forte e valente.
Mar de lama ou pau de galinheiro?
O caseiro Francenildo dos Santos Costa – autor, em 2006, da revelação que o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, freqüentava festas de lobistas – volta ao noticiário porque ganhou, na Justiça, o direito a uma indenização de R$ 500 mil, que a Caixa Econômica Federal foi condenada a pagar por ter, na época, quebrado o seu sigilo bancário.
Entre o preservar e o cercear
Nenhuma democracia se dá ou se sustenta sem a liberdade. Principalmente quando a ausência desta implica em falta de notícias sobre as ações dos representantes da população. Falta e ausência que penalizam o cidadão. Pois o impede de tomar conhecimento e, depois, analisar e avaliar o desempenho dos agentes públicos. Tarefas necessárias e imprescindíveis. Mas só possíveis de serem realizadas com a ajuda dos veículos de comunicação.