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Opinião
Segunda - 20 de Setembro de 2010 às 02:03
Por: Lourembergue Alves

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Está perto do 3 de outubro. Faltam treze dias. Tempo bastante para se decidir em quem se deve votar. Voto que tem o sentido de procuração. Pois através desse ato, políticos passam a falar, reivindicar e a cuidar dos negócios públicos em nome da população. 

Responsabilidade grande. Bem maior, no entanto, é a do eleitor. Pois cabe a ele dizer quais dos postulantes devem ser incumbidos de tais tarefas. Isso o obriga a acompanhar cuidadosamente os programas veiculados no horário político-eleitoral, bem como a todos os debates. Exercício imprescindível. Pois ninguém pode, nem deve conceder uma procuração a qualquer pessoa. Sobretudo quando se sabe que uma ação política mexe sobremaneira com muitas coisas do cotidiano da sociedade. 

Por conta disso, o eleitorado não deve se descuidar um só instante. Estar atento a tudo e a todos é a palavra de ordem. Nada do horário político-eleitoral deve ser ignorado, nem os lances dos debates envolvendo candidatos às cadeiras do Senado e à chefia do Executivo estadual e federal. 

Não deixa de ser um exercício necessário o acessar ao site da Justiça Eleitoral, onde se encontram as propostas registradas pelos postulantes tanto ao governo do Estado quanto à presidência da República, no dia 5 de julho deste ano. 

A partir de então, uma longa conversa no lar, no local de trabalho e nos logradouros, cuja pauta não deve ser outra senão os depoimentos e promessas dos postulantes. Até porque o eleitor é uma figura importantíssima no jogo eleitoral. Afinal, não se tem o eleito sem o personagem que aperte as teclas da urna eletrônica, ou escreva na “cédula de papel” os números dos candidatos escolhidos. 

Escolha que não deve ser movida pela paixão de torcedor. Ainda que se tenha uma caída por uma ou outra agremiação partidária, ou sinta simpatia por determinado ator político. “Simpatia” e “caída”, no campo da política, transformam o cidadão em simplesmente votante. Condição facilmente manipulável. Independentemente da habilidade da equipe do marketing, ou das peças de propaganda eleitoral.

Daí é preciso todo cuidado do mundo. O que exige, de início, o rompimento com os laços de simples votante, assumindo a característica de cidadão. Condição que o transforma em alguém crítico e pensante nos interesses do coletivo, nos anseios da comunidade, não no próprio umbigo.

Exercício que demanda o estar em contacto com todas as notícias sobre a campanha político-eleitoral, e, de posse de todas elas, discutir item por item delas no lar, no local de trabalho e nos logradouros.
 Discussão necessária. Imprescindível para quem quer, de fato, mudar o cenário político. Caso contrário, corre-se o risco de continuar tendo espetáculos ridículos, com o que é público transformado em privado, e os interesses particulares “vendidos” como se fosse interesses de toda a sociedade. Pense nisso, caro leitor.     


Lourembergue Alves é professor universitário e articulista em A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br.


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