Notícias Copa do Mundo 2014
Governo estuda pedir que população economize energia para não haver apagão na Copa
Para não haver apagões de energia durante a Copa do Mundo, o governo pode pedir que a população economize energia. A afirmação é do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, em entrevista publicada pelo “The Wall Street Journal”.
Segundo o ministro, é muito baixa a possibilidade de falta de energia elétrica antes do início da estação chuvosa que começa em novembro, mas, se o volume de chuvas não aumentar em abril ou maio e não houver uma recuperação dos reservatórios que suprem as importantes usinas hidrelétricas do país, ele poderá pedir aos brasileiros que reduzam voluntariamente a demanda por energia.
O ministro garantiu que não haverá racionamento compulsório de energia, o que, lembra o “WSJ” poderia ser um problema para a presidente Dilma Rousseff, em ano de eleições presidenciais.
O país teve racionamento em 2001-2002, no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso. Este ano, enfrenta uma onda de calor e de seca recorde. Segundo o jornal americano, analistas do banco de investimento brasileiro Brasil Plural disseram em relatório de mercado neste mês acreditar que o racionamento não poderá ser evitado.
“Não estamos trabalhando com a hipótese de racionamento de energia”, disse Lobão na entrevista. “Temos a convicção de que isso não será necessário.”
O ministro frisou que o governo não planeja cobrar mais das pessoas que não estão economizando energia, como aconteceu durante o racionamento, em que o governo FH cobrava multa de quem não cumpria a cota de energia. Cerca de 70% da geração de energia do país vêm de usinas hidrelétricas, que embora sejam fontes baratas de energia, tornam-se vulneráveis quando há longos períodos sem chuva, afirma o jornal americano.
Nesta quinta-feira, a empresa de planejamento energético do Brasil, Empresa de Pesquisa Energética (EPE), informou que a demanda no país subiu 8,6% em fevereiro, na comparação anual. Lobão afirmou ao “WSJ” que, para evitar qualquer problema durante a Copa do Mundo, o governo instalou duas subestações de eletricidade em cada um dos 12 estádios que vão receber jogos, disse o ministro e garantiu que não há riscos de blecautes durante os jogos.
Ele previu, ainda de acordo com a entrevista, que a demanda por energia elétrica provavelmente não subirá até níveis de pico durante o campeonato mundial de futebol, pois o consumo mais elevado gerado pelos jogos e pelos turistas seria compensado pelo menor consumo de empresas e fábricas, que vão parar em dias de jogos.
Ao “WSJ”, Lobão disse que o governo não quer iniciar o programa de racionalização do consumo antes que seja absolutamente necessário, para evitar uma propagação de medo de uma real escassez de energia. Agir agora "poderia ser interpretado como início de racionamento", disse o ministro ao jornal americano.