Primo de operário morto acusa pressão em obras em Itaquera
Durante o velório do operário Fábio Hamilton da Cruz, 23 anos, que morreu no sábado ao cair das estruturas metálicas que estão em construção na Arena Corintians, para a montagem das arquibancadas provisórias, a família informou que este era o primeiro emprego formal do rapaz. Anteriormente ele havia trabalhado em lava-rápido e como vendedor de ambulantes.
Além do clima de consternação por conta do acidente, havia uma certa revolta. Um dos primos de Cruz, que se identificou como Everson, afirmou que havia pressa para a entrega da obra e que, inclusive, foi oferecida uma recompensa para que o trabalho fosse entregue até o próximo dia 30 de abril.
"Ofereceram uma recompensa para que o trabalho fosse entregue mais rápido. Eram R$ 3 mil para serem divididos entre a equipe, que era de quatro pessoas". O primo, que também trabalha na construção civil, disse que Cruz, como ajudante, não deveria estar no local de onde caiu.
"Como ajudante, ele não tinha de estar ali em cima. Isso é uma coisa que a polícia vai ter de investigar". Um outro operário, que estava no local no momento do acidente, disse que Cruz tinha o cinto de segurança, mas não utilizava ele naquele momento.
"Eu também não estava, mas fui chamado a atenção por conta disso. No caso dele, não houve tempo. Foi uma tragédia", disse. Durante o velório, muitos familiares se queixaram de falta de suporte por parte do Corinthians e da construtora em que ele trabalhava, a WDS Construções, contratada pela Fast Engenharia para a montagem dos pisos das arquibancadas provisórias.
O enterro foi marcado para as 16h30 no Cemitério Municipal de Diadema, na Grande São Paulo. Nesta tarde, a Polícia Civil de São Paulo deve fazer uma nova perícia no local, para investigar as causas do acidente.
Comentários