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Economia
Segunda - 16 de Agosto de 2010 às 21:06

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Os principais executivos da TAM mostraram confiança nesta segunda-feira de que os reguladores irão aprovar a união com a chilena LAN.

Depois de uma reação entusiasmada de investidores ao negócio na última sexta-feira, as ações da TAM acabaram sucumbindo à realização de lucros nesta sessão, em um movimento também de arbitragem com os papéis da LAN.

"Estamos muito confiantes de que a operação atende a todo o arcabouço legal brasileiro do setor de aviação civil", disse o presidente da TAM S.A., que controla a TAM Linhas Aéreas, Marco Antonio Bologna, em teleconferência com analistas.

As duas companhias divulgaram no final da semana passada acordo envolvendo troca de ações para formação da Latam Airlines. A empresa combinada seria a 11ª no ranking mundial em passageiros, com receita de US$ 8,5 bilhões. As sinergias que serão colhidas pela união são estimadas em US$ 400 milhões.

A expectativa é que o negócio seja concluído em um prazo de seis a nove meses. De acordo com o diretor financeiro da TAM S.A. e presidente da TAM Linhas Aéreas, Líbano Barroso, trata-se de uma previsão realista, com base em outras transações do tipo já realizadas entre empresas aéreas.

"Nosso cenário é que, com certeza, isso será aprovado. É claro que a decisão não é nossa. Mas tomamos o cuidado de cumprir toda a legislação e temos tido assessores de muita qualidade no processo", disse Barroso.

Os papéis preferenciais da TAM encerraram em queda de 0,50% na Bovespa, a R$ 36,02, tendo registrado alta de 11% na máxima dos negócios, logo após a abertura. O Ibovespa terminou valorizado em 0,66%.

Na sexta-feira, essa classe de ações da companhia aérea brasileira exibiu valorização de quase 28%.

Nesta segunda, as ações ordinárias (com direito a voto) subiram 41,89%, negociadas a R$ 44.

Apesar de a ação preferencial da TAM estar distante do valor de R$ 43 calculado por analistas para o negócio com a LAN, profissionais do mercado classificaram o movimento desta tarde como de realização de lucros, em virtude da forte alta na sessão anterior. Um analista que pediu para não ser identificado afirmou que agora pode haver arbitragem com o preço dos papéis da LAN.

Pelo acordo firmado entre as empresas aéreas, a LAN oferecerá 0,9 nova ação por cada ação da TAM. A empresa chilena será então rebatizada de Latam Airlines, listada nas bolsas de Santiago e Nova York e com recibos de ações (BDRs) na Bovespa.

As ações da LAN em Santiago também abriram o dia em forte alta, com avanço máximo de 14,4%, mas terminaram com ganho de 1,47%.

Bologna considerou as oscilações naturais, porque a operação ainda depende de autorizações para ser concluída.

"A relação de troca tem um prêmio implícito. O que o mercado está fazendo, neste momento, é uma avaliação desse negócio. Vamos ter volatilidade ao longo do tempo", disse Bologna à Reuters.

CVM

A presidente da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), Maria Helena Santana, afirmou que a autarquia já começou a investigar a forte alta dos papéis da TAM após notícia veiculada pelo portal Exame, antes da publicação do fato relevante.

"Estamos investigando. Toda oscilação que precede a divulgação de uma informação relevante é sempre seguida de uma análise da CVM", disse após participar de um evento da Câmara Americana do Rio de Janeiro.

Bologna afirmou à Reuters que assim que a TAM detectou o vazamento do negócio, solicitou às bolsas de São Paulo e de Nova York a suspensão dos negócios com ações da companhia. "Posso garantir que não houve nada que partiu da nossa empresa", disse.

FUSÃO OU COMPRA?

Pelos termos do acordo entre as companhias aéreas, a família Amaro --controladora da TAM-- terá 13,5% da Latam, mas ainda seguirá com 80% das ações com direito a voto na TAM Linhas Aéreas, que será uma subsidiária de capital fechado da holding.

A família Cueto, atual acionista majoritária da LAN, ficará com 24,1% da Latam.

Haverá um acordo de acionistas no bloco de controle determinando igual poder de voto para as duas partes. Cada uma das famílias terá dois membros no Conselho de Administração, de um total de nove integrantes.

Conforme a TAM, seus atuais acionistas minoritários ficarão com 15,8% da Latam. Os minoritários da LAN, por sua vez, ficarão com 46,6% do capital total do novo grupo.

Para a corretora Link, a unificação das empresas "na verdade é uma aquisição por parte da LAN e só não pode ser colocada deste modo devido à questão do limite do capital estrangeiro" em empresas aéreas no Brasil.

Pelas regras do setor aéreo brasileiro, as companhias aéreas nacionais não podem ter mais de 20% do capital votante nas mãos de investidores estrangeiros. 






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