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Meio Ambiente
Segunda - 16 de Agosto de 2010 às 22:58

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Cerca de 2 bilhões de pessoas no mundo que vivem em áreas secas podem ficar expostas à pobreza, fome e sede, caso o processo de desertificação não seja contido.

O alerta foi feito nesta segunda-feira, por especialistas, durante a abertura da ICID-2010 (Conferência Internacional sobre Clima, Sustentabilidade e Desenvolvimento em Regiões Semiáridas), em Fortaleza (CE). No Brasil, 15 milhões de habitantes seriam afetados.

No evento, também foi lançada, pelo secretário-executivo da Convenção da ONU de Combate à Desertificação, Luc Gnacadja, a Década da ONU sobre Desertos e de Combate à Desertificação.

Gnacadja disse que 12 milhões de hectares por ano no mundo são destruídos pelo fenômeno. "Isso significa que um território equivalente ao meu país, o Benin, é destruído anualmente. Isso é insustentável", disse. Só no Brasil, 45% das áreas de caatinga já estão degradadas, conforme o Ministério do Meio Ambiente.

Para o secretário-executivo, é preciso reforçar políticas de sustentabilidade. Conforme ele, sem o combate ao problema, em 2050, cerca de um terço das colheitas e culturas deixará de existir.

MUDANÇAS

Gnacadja disse que as populações que já vivem nas regiões semiáridas estão vulneráveis a tragédias adicionais, uma vez que os fatores climáticos estão causando períodos de seca mais frequentes e mudanças nos padrões de chuva.

"Quando a chuva vem já não é mais uma bênção. É uma tragédia porque traz as enchentes. Quando as pessoas melhoram o manejo da terra, estão piorando as questões climáticas", disse.

No Brasil, conforme o secretário-executivo do ministério, José Machado, mais de 1 milhão de quilômetros quadrados estão afetados pela desertificação nos Estados do Nordeste, Minas e Espírito Santo. Em grande parte dessa área, a vegetação da caatinga é desmatada para ser utilizada como fonte de energia.

"Queremos trabalhar incessantemente para resgatar o semiárido. Precisamos construir um padrão de desenvolvimento sustentável para a região e isso requer decisão política", disse Machado, que vai sugerir ao ministério que o Brasil seja signatário da Década da ONU sobre Desertos e de Combate à Desertificação.

O coordenador do programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação do governo federal, Marcos dal Fabbro, disse que, somente três dos 11 Estados inseridos no semiárido --Ceará, Rio Grande do Norte e Pernambuco-- já apresentaram planos de combate à desertificação. Os demais ainda estão em processo de elaboração.

A ICID envolve mais de 90 países da África, Ásia e América Latina e cerca de 2.000 participantes, com a meta incluir as questões relacionadas aos efeitos do aquecimento global em regiões áridas e semiáridas nas agendas de debates nacionais e internacionais. Também visa subsidiar a realização da Rio+20, no Rio de Janeiro, em 2012.






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