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Nacional
Terça - 17 de Agosto de 2010 às 15:14
Por: Carmen Munari

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O deputado Indio da Costa (DEM-RJ), candidato a vice na chapa de José Serra (PSDB) à Presidência da República, manteve a posição de guerrilha verbal contra a candidata do PT, Dilma Rousseff, questionando sua relação com o MST e com as Farc da Colômbia em debate de vices nesta terça-feira em São Paulo.

O deputado lembrou que em abril Dilma colocou o boné com logotipo do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Recentemente, o fundador do MST, João Pedro Stédile, disse em entrevista à Reuters, que o Brasil viverá um aumento das ocupações de terra se a petista vencer as eleições e um crescimento da tensão no campo caso o tucano José Serra seja o escolhido.

"Esse governo foi frouxo com as invasões de terra", afirmou Indio no debate promovido pelo jornal O Estado de S.Paulo.

O vice de Dilma, o deputado Michel Temer (PMDB-SP), declarou não haver objeções em relação aos movimentos sociais. "Eles são bem-vindos para nossa campanha, desde que nos limites da lei", afirmou. "O que está fora da lei não estará, não será tolerado pela nossa coligação", disse.

Segundo Temer, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conseguiu "pacificar os movimentos sociais". "O trânsito já não para mais em Brasília. Vamos para as eleições com todos os setores sociais tranquilizados."

Em sua intervenção sobre o tema das invasões de terra, o candidato a vice de Marina Silva (PV), empresário Guilherme Leal, disse que Marina "é a grande salvação do agronegócio brasileiro. Por mais que seja falada como opositora ao agronegócio", em função de sua defesa do meio ambiente.

Indio também voltou à carga na acusação de ligação do PT com as Forças Revolucionárias Armadas da Colômbia (Farc).

"Até agora a Dilma não respondeu se vê ligação entre as Farc e as drogas", afirmou. "A Dilma tem que explicar por que o PT é ligado às Farc", disse. "A questão é: o PT tem ligação com as Farc, que têm ligação com o narcotráfico?", acrescentou.

"Se as Farc me chamarem para uma reunião, eu levo a Polícia Federal e prendo. As Farc não são um movimento social", disse Indio. "As drogas são o maior problema de segurança pública e de saúde no país", enfatizou, como uma de suas principais batalhas.

Ele também afirmou que não reconhece "o MST como movimento social".

Em julho, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) concedeu direito de resposta ao PT devido às acusações de que o partido teria ligações com as Farc, feitas por Indio, que também relacionou o PT ao narcotráfico durante uma entrevista.

"Relacionar Dilma com o narcotráfico é uma coisa grave", disse Temer. "Não há relação nenhuma entre o governo brasileiro e as Farc, nem entre Dilma e o narcotráfico", acrescentou.

Indio criticou, durante o debate, o tráfico e o uso de drogas, especialmente do crack, que, segundo ele "destrói famílias". Disse ainda que a guerra contra o tráfico, "deve ser levada para as fronteiras".

Indio mencionou ainda que participou da CPI do Cartões Corporativos federais e que Dilma "encabeça a lista do mau uso dos cartões corporativos".

MENSALÃO

O mensalão praticado pelo DEM no Distrito Federal recebeu de Indio o comentário de que enquanto seu partido expulsou os integrantes pela prática, no PT não teria havido punição. "Na campanha da Dilma está o (José) Dirceu", afirmou, citando o principal acusado do escândalo. O Supremo Tribunal Federal ainda julga o mensalão petista, com cerca de 40 acusados.

Guilherme Leal foi o único a ironizar postura do candidato a vice de Serra, referindo-se a ele como o "nosso aguerrido deputado com seu arco e flecha".

Em pesquisa Ibope divulgada na segunda-feira, Dilma ampliou a vantagem sobre seu principal adversário, José Serra (PSDB), aumentando as chances de ser eleita no primeiro turno. A petista está 11 pontos à frente do candidato tucano. Na pesquisa anterior, divulgada em 6 de agosto, Dilma tinha 5 pontos de vantagem.

Perguntado após o debate, se sua agressividade contra Dilma se devia ao resultado das últimas pesquisas, Indio negou. "Estou aqui para falar a verdade, não estou aqui para ficar de nhenhenhém."

Temer viu redução no nível do debate. "Vez ou outra se tentou reduzir um pouco o nível. Eu não entro no nível da redução do debate. Acho que o debate que interessa ao país é o debate técnico", disse





Fonte: Reuters

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