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Educação
Quarta - 25 de Agosto de 2010 às 18:24
Por: Camila Putti Direto de São Pa

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Em entrevista ao Terra nesta quarta-feira, Marco Aurélio Toscano, advogado de Marcelo Sena Freitas, um dos cinco acusados de ter participado do vazamento da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), em setembro de 2009, afirmou que seu cliente saiu da gráfica Plural com a prova "sem saber". Segundo o advogado, Sena seria inocente e teria ficado surpreso quando se deu conta de que estava com um dos cadernos em sua posse.

De acordo com Marco Aurélio, ao encerrar o expediente na gráfica, Marcelo pegou sua blusa que estava guardada num espaço onde ficavam os pertences dos funcionários e foi para o carro de um colega com quem pegava carona. "Só então ele percebeu que estava com um exemplar da prova. Assustado, preferiu não devolver o teste acreditando que seria acusado de furto. Após comentar com os colegas sobre o fato, a prova sumiu. Mas Marcelo deduziu quem poderia ter pegado o teste".

O advogado ressaltou ainda que a declaração de seu cliente noticiada na mídia de que a segurança da gráfica era muito fraca é uma opinião pessoal dele e que isso não será usado como estratégia de defesa.

A primeira audiência sobre o caso na Justiça Federal Criminal aconteceu no último dia 18. As próximas ocorrem nos dias 02,22 e 23 de setembro. Marcelo Sena Freitas será interrogado no segundo dia.

O advogado não quis adiantar suas expectativas e estratégias em relação ao caso, mas, de acordo com ele, houve contradição nos depoimentos das testemunhas que afirmam que Marcelo teria pegado a prova. "Além disso, as imagens comprovam que não foi ele quem fez isso", diz.

Os outros quatro acusados pelo Ministério Público Federal pelo envolvimento no vazamento da prova são Felipe Pradella e Filipe Ribeiro Barbosa, funcionários da gráfica na época, acusados de corrupção passiva e violação de sigilo funcional. Além de Gregory Camilo Oliveira Craid e Luciano Rodrigues, considerados cúmplices por terem facilitado o contato com jornalistas para a venda da prova.

O principal suspeito pelo furto da prova, Felipe Pradella, afirmou à época ao programa Fantástico, da Rede Globo, que agiu de "boa fé" e que sua intenção era apenas denunciar a fragilidade da segurança do sistema. Mas segundo a Polícia Federal, ele teria, na realidade, percebido as falhas e optado por ganhar "dinheiro fácil".

A PF afirmou ainda que era Pradella quem aparecia nas imagens da câmera de vigilância da gráfica, pegando um dos testes. Mas ele negou a acusação e disse ter contado com a ajuda de Sena para sair do local com a prova.

Relatório apresentado pela Polícia apontou que a subtração das provas da gráfica aconteceu em dois dias. No dia 21 de setembro, Felipe Ribeiro teria saído com o caderno 1 na cueca. No dia seguinte, Marcelo Sena teria escondido o caderno 2 no casaco para sair da sede da gráfica.

Os acusados estão respondendo aos processos em liberdade porque não houve flagrante. O crime de peculato tem pena de 2 a 12 anos de prisão. O de quebra de sigilo, de 2 a 5 anos e o de extorsão, de 4 a 10 anos.





Fonte: Terra

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