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Saúde
Terça - 07 de Setembro de 2010 às 07:43

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Reunidos no XV Congresso Paulista de Ginecologia e Obstetrícia, para o I Fórum de Honorários Médicos, ginecologistas e obstetras (GO) do Estado de São Paulo adotamos nova estratégia na luta por remuneração digna na saúde suplementar e por mais qualidade na assistência à mulher.
 
Vestidos de preto, em sinal de luto contra os honorários vis dos planos de saúde e a interferência no exercício da profissão, os GO aprovaram, por unanimidade, a constituição de uma Banca de Negociação da SOGESP (Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo) com o intuito de discutir diretamente com as entidades representativas das empresas a repactuação dos honorários médicos.
 
Tal proposição, é importante registrar, começou a ser delineada a partir de julho, em processo de mobilização deflagrado pela Diretoria da SOGESP e suas Regionais. Em fóruns de defesa profissional, em todo o estado, foi debatida a preocupante situação dos GO na relação com operadoras de planos de saúde. Chegamos à conclusão de que a situação atual é insustentável e que, a continuar dessa forma, em breve não haverá mais médico interessado em trabalhar na saúde suplementar.

É insustentável realizar quaisquer procedimentos no âmbito da nossa especialidade, dos mais simples aos mais complexos, realizados em consultórios próprios ou sob regime de internação hospitalar, com os atuais honorários médicos praticados pelas operadoras de planos de saúde em sua ampla maioria. É indigno para o GO que o executa e para a paciente que o recebe.
Por iguais motivos, a presente situação inviabiliza a consulta médica realizada nos consultórios dos GO. Cabe lembrar que a consulta do GO, além de acolhedora e humanizada deve contemplar as tradicionais etapas que a compõe. Na sala de consulta realiza-se a anamnese que se constitui no primeiro tempo da consulta. A esta se segue um exame especializado que é o exame ginecológico. Este é feito em outra sala denominada sala de exame, onde a paciente deve ser acolhida com respeito na presença de uma auxiliar que assiste ao médico e faz companhia à paciente. Esta é a segunda parte da consulta. Terminada esta etapa, a paciente, após se compor novamente, retorna à sala de consulta onde são realizados os procedimentos finais da consulta que abrangem o diagnóstico, os exames subsidiários, a conduta terapêutica e o esclarecimento das dúvidas da paciente.
Vê-se, portanto, que as consultas dos GO se revestem de singularidade pelas três etapas que a caracterizam, sendo conhecidas como consultas de três tempos. Desnecessário dizer que este ato nobre e complexo que se constitui na porta de entrada das pacientes para o sistema de saúde não pode ser praticado com o atual estado de deterioração dos honorários perpetrados pelas operadoras do sistema de saúde suplementar.
Sinalização ao diálogo
A Banca de Negociação será composta de profissionais gabaritados das áreas econômica, jurídica, entre outras, além de membros da Diretoria e da Comissão de Honorários da SOGESP.   Trata-se de mais uma sinalização de que os GO, por intermédio de sua associação estadual, pretendem resolver os problemas aqui já mencionados de forma negociada, sem radicalizações.  Enfim, queremos diálogo e soluções, pois as pacientes não podem jamais ser penalizadas.
Os GO. de São Paulo, no entanto, registraram que não aceitarão o silêncio como resposta. Conquistar honorários dignos e qualificar a assistência à mulher são compromissos dos quais jamais abriremos mão.


São Paulo, 3 de setembro de 2010


César Eduardo Fernandes                           Maria Rita de Souza Mesquita

 Presidente da SOGESP                  Coordenadora da Comissão Valorização Profissional e de

                                                                                       Honorários Médicos

 






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