Manifestantes foram à uma rádio cobrar quinzenas vencidas e não pagas
Mendes passa por apuro

O candidato ao governo do Estado pelo PSB, Mauro Mendes, foi surpreendido durante entrevista na Rádio Cultura de Cuiabá com a chegada de vários cabos eleitorais contratados pelo candidato a deputado estadual César Lima (PSB). O grupo reclamava por não ter recebido pagamento de 45 dias de serviços prestados. O salário médio a cada um deles por mês é estimado em R$ 759. No princípio a crise ficou fora de controle e os assessores de Mauro Mendes foram a Polícia Federal fazer um boletim de ocorrência e cobrar uma investigação a respeito do problema, insinuando que isto poderia ser plano arquitetado por outros candidatos concorrentes ao governo do Estado.

A cobrança aconteceu ontem de manhã em frente à rádio, no bairro Porto.

No início os cabos eleitorais chegaram a gritar palavras de ordem. Mais tarde acabaram contidos pelo candidato César Lima ao ponto de se negarem a dar entrevista para os jornalistas que foram para frente da emissora. César recuou e preferiu não esclarecer os fatos.

César Lima durante todo o momento acompanhou mulheres em busca de uma solução para o impasse, até que conseguiu se reunir com Mauro Mendes e assessores à portas fechadas na direção da Rádio Cultura, onde foram possíveis ouvir algumas palavras mais duras do candidato cobrando respeito e que as coisas fossem tratadas sem mentiras, com verdades.

Mauro Mendes apresentou um contrato assinado pela coordenação de sua campanha eleitoral com os partidos aliados, PSB, PDT, PV e PPS onde se responsabilizava pela contratação e pagamento de serviços prestados para 10 cabos eleitorais por candidato para qualquer das vagas disputadas. "Não posso ser responsabilizado pelas atitudes dos candidatos, tanto que mandei fazer uma denúncia na Polícia Federal para que fosse investigada a contratação fora do acordado sob pena de prejudicar a minha própria campanha eleitoral.

Desde a semana passada o presidente do Tribunal Regional Eleitoral, TRE/MT, desembargador Rui Ramos tem cobrado dos partidos e coligações que remetam informações dos cabos eleitorais contratados para que ficasse resguardado os direitos deles com relação as questões trabalhistas e se os recursos estão sendo contabilizados pelos comitês financeiros das campanhas eleitorais majoritárias ou proporcionais.

O candidato do PSB reafirmou não ter responsabilidade em contratações não autorizadas e acabou sendo socorrido pelo secretário-executivo do PSB, Suelme Evangelista, que tirou o candidato do foco das discussões, tentando minimizar a crise e assumiu a responsabilidade enquanto membro da Executiva regional. À tarde o PSB em nota manteve a candidatura de Cézar Lima a deputado estadual e disse que iria junto com ele arcar com as despesas salariais dos cabos eleitorais.