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Meio Ambiente
Quarta - 29 de Setembro de 2010 às 21:40

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Os organizadores do Programa de Qualidade e Consumo Responsável de Sacolas Plásticas estimam que, até o final de 2010, a redução no consumo destas embalagens no Brasil chegue a 3,9 bilhões de unidades. Iniciado em 2007, numa parceria entre a indústria e o varejo, o Programa, visa conscientizar o consumidor para que pratique o consumo responsável, além do descarte adequado das sacolas plásticas. De lá para cá, foi implantado em sete capitais (São Paulo, Porto Alegre, Salvador, Goiânia, Brasília, Rio de Janeiro e Recife). Até o final de 2010, Florianópolis e Belo Horizonte também serão incluídas.

O Programa foi desenhado para envolver indústria, varejo e população na questão da responsabilidade. Parte do princípio que é direito do consumidor escolher a melhor embalagem para carregar suas compras. Pesquisa Ibope mostra que 71% das donas de casa brasileiras consideram as sacolinhas como o meio ideal para transportarem as compras. Além disso, 100% delas reutilizam essas embalagens no lixo doméstico.

Para que este consumidor pudesse continuar usufruir dos benefícios que as sacolas plásticas trazem (economia, higiene, praticidade, etc) e, ainda assim, reduzir o consumo dessas embalagens, é necessário que sejam produzidas dentro da norma ABNT 14937. Essas sacolas, identificadas com o Selo de Qualidade INP-ABIEF, aguentam o peso das compras, conforme sua identificação (no geral, 6 quilos). Assim o consumidor evita o uso em duplicidade e pode reutilizar esta sacolas mais vezes, diminuindo o consumo excessivo. Para cada três sacolas certificadas, deixa-se de consumir uma sacolinha. Segundo Paulo Dacolina, diretor Superintendente do Instituto Nacional do Plástico (INP), a expectativa para 2010 é que sejam produzidas três bilhões de sacolas dentro de norma técnica. “Para tanto, nove empresas no Brasil já estão certificadas para fabricar sacolas com o Selo de Qualidade INP-ABIEF”, firma o executivo.

O Programa também estabeleceu importante parceria com o varejo, a partir do apoio da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), das associações estaduais dos supermercados e das Federações das Indústrias dos estados por onde passou. Com isso, o Programa hoje conta com a participação de quatro das seis maiores redes de supermercado do ranking da Abras (Pão de Açúcar, Zaffari, Prezunic e GBarbosa), além de dezenas de outras redes pelo Brasil. Além disso, mais de 5 mil pessoas, entre supervisores e operadores de caixa dos supermercados participantes foram treinados para orientar os consumidores sobre o uso responsável das sacolinhas.

O resultado dessa iniciativa foi notório desde o início. Em 2007, o consumo de sacolas era de 17,9 bilhões em 2007. Em 2008, passou para 16,4 bilhões e, em 2009, para 15 bilhões. A projeção é reduzir em mais 1 milhão em 2010. O Pão de Açúcar, por exemplo, que implantou o Programa em todas as suas lojas no Brasil, obteve redução superior a 30% no consumo de sacolas plásticas.

Escola de Consumo Responsável - Os idealizadores do Programa - Instituto Nacional do Plástico (INP), Plastivida Instituto Sócio Ambiental dos Plásticos e a Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis (ABIEF) – pretendem levar os conceitos de melhoria de qualidade das sacolinhas, consumo responsável, reutilização e descarte adequado ao maior número possível de municípios brasileiros e treinar em larga escala os profissionais do varejo para que essas premissas se mantenham constantes. Para aumentar ainda mais o alcance deste trabalho, foi criada a Escola de Consumo Responsável, um projeto itinerante que irá levar os conceitos de uso responsável e descarte adequado dessas embalagens para todo o País. O lançamento deste projeto acontecerá ainda em 2010, no Rio de Janeiro, onde mais de dez redes de supermercados já se inscreveram nas atividades educativas.

Reciclagem Energética - Quando se fala em preservação ambiental e consumo responsável, não se trata de uma ação isolada. Além da redução no desperdício das sacolas plásticas, o Programa visa também a conscientização para a importância da reutilização dessas embalagens, assim como seu descarte adequado.

Hoje o Brasil discute a Lei 12.305/2010 - Política Nacional de Resíduos Sólidos, projeto que coloca o País num patamar diferenciado no que diz respeito ao seu lixo. Segundo dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), o Brasil gera 57,0 milhões de toneladas de lixo urbano. Desse total, 50,2 milhões de toneladas são coletadas, ou seja, cerca de 6,8 milhões de toneladas de lixo urbano têm destino incerto. Do lixo urbano coletado, cerca de 28,5% vão para aterros sanitários e 21,7% para os lixões.

Nesse sentido, a Plastivida tem incentivado a reciclagem mecânica das sacolas, sendo o plástico 100% reciclável, para que se transforme em um outro produto. O Brasil hoje tem uma taxa de reciclagem mecânica dos plásticos de 22%, que cresce cerca de 13% ao ano. Ainda assim, há ociosidade na indústria de reciclagem (30%) por falta de uma coleta seletiva mais eficiente no país.

A entidade também incentiva a reciclagem energética, contemplada na Política Nacional de Resíduos Sólidos. Trata-se de um processo 100% limpo que transforma em energia térmica ou elétrica os resíduos que não têm valor para a reciclagem mecânica, servindo com um complemento ao trabalho de catadores e cooperativas. Os plásticos contidos no lixo, como as sacolinhas usadas para embalar os resíduos domésticos, são fundamentais nesse processo, pois servem de combustível no processo, por seu valor energético – um quilo de plástico equivale a um litro de diesel.

Mais de 30 países, como Alemanha e Japão, já resolveram o problema do lixo urbano com a Reciclagem Energética e o Brasil caminha para adotar esta solução, na qual os plásticos, como as sacolinhas, têm desempenho fundamental – o de combustível para o processo. A Plastivida tem realizado fóruns pelo Brasil para esclarecer os mitos e verdades sobre essa tecnologia..






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