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Eleições Brasil 2012
Sexta - 01 de Outubro de 2010 às 06:49

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José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) ficaram na defensiva e evitaram o confronto direto no debate entre os candidatos à Presidência, organizado pela TV Globo e que era considerado como fator decisivo para levar a eleição para o segundo turno.

Sem temas polêmicos, o debate também foi morno. Dilma teve três oportunidades para questionar Serra, mas fez duas perguntas para Marina Silva (PV) e uma Plínio de Arruda Sampaio (PSOL).

Já Serra teve apenas uma oportunidade de escolher Dilma, mas preferiu perguntar para Marina.

Em cada um dos quatro blocos, cada candidato só poderia ser questionado uma vez.

O debate acabou depois da meia noite. Pela legislação, debates não podem acontecer dois dias antes da eleição. No entanto, a Globo afirmou que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) aprovou uma resolução dizendo que o debate poderia acontecer até as 7h do dia 1º de outubro.

O momento de maior agitação aconteceu quando Dilma se enrolou para responder a uma crítica de Plínio pelo fato de os partidos de seus adversários não informarem em seus sites a origem da arrecadação de dinheiro para as campanhas.

"Nós registramos todas as doações, que são oficiais na minha campanha, todas elas, no... na... no Tribunal Superior Eleitoral", disse, no segundo bloco do debate entre os presidenciáveis promovido pela TV Globo, causando risos na plateia.

Imediatamente, emendou: "E gostaria de deixar claro que todas as doações são oficiais. Lamento os risos de quem tem outras práticas. A minha não é essa". A declaração gerou reação da plateia.

Plínio criticara Dilma, Marina e Serra por esconderem suas legendas.

"Vocês nunca falam dos seus partidos. Nunca pedem votos pros seus deputados. Têm vergonha dos seus partidos?"

MARINA

Diante da postura defensiva de Serra e Dilma, Marina Silva aproveitou para fazer críticas um pouco mais contundentes.

No último bloco, em resposta a questão de Dilma sobre a forma como o governo brasileiro conduziu a economia durante a crise de 2008, a candidata igualou-a a Serra.

"Essa história de que o tempo todo a Dilma fica falando que tem que ter resultado concreto é fruto de uma visão que ela tem [...] Ela e o Serra são muito parecidos. Têm o perfil puramente gerencial. Para pensar o país é preciso ter visão estratégica".

Logo na sequência, Marina teve a oportunidade de perguntar a Serra, e o questionou sobre o fato de importantes lideranças do PSDB terem passado o governo Lula criticando o Bolsa Família. "Você faz uma autocrítica?", indagou.

Serra negou a autocrítica e se colocou como um dos precursores do programa, quando criou o Bolsa-Alimentação à época em que era ministro.

Diante da insistência de Marina, irritou-se.

"Não use a sua régua para medir os outros. Não gosto de usar a minha régua pra ficar medindo. Se fosse usar, diria que você e a Dilma têm muito mais coisas parecidas do que qualquer outra candidato aqui. Você ficou no governo no mensalão. Ninguém tem essa qualificação pra ficar arbitrando dessa maneira."

Marina também irritou a plateia ao se referir por duas vezes ao Rio como "aqui em São Paulo".

VISÃO ESTRATÉGICA

Marina Silva já havia criticado, no segundo bloco, os governos Lula e Fernando Henrique por falta de visão na área de infraestrutura.

Em resposta a uma pergunta de Dilma Rousseff sobre ferrovias e hidrovias, Marina classificou como "duas questões pontuais" e disse que a infraestrutura deve ser pensada dentro de uma visão mais abrangente.

"É lamentável que não tenhamos uma plano para a infraestrutura. A falta desse plano faz com que se tenha hoje apenas um programa de gestão. No governo anterior não tinha nem isso sequer", afirmou.

Dilma rebateu a crítica que se referia ao governo Lula.

"Me desculpa, mas tem um plano nacional de logística que foi elaborado e por causa dele que a gente sabe que é preciso fazer integração entre ferrovias, hidrovias e ferrovias".

Dilma prometeu que seu governo completará a ferrovia Norte Sul e a Transnordestina.

Na réplica, Marina voltou a criticar os planos adversários por pensarem na questão logística apenas como uma questão de gestão.

"Equiparamos a eleição para presidente como se fosse para prefeitura."

HABITAÇÃO

No terceiro bloco, Serra criticou o governo por causa da habitação. "Entregaram 4.000 de 1 milhão de casas prometidas", afirmou o tucano ao perguntar para Marina.

"Eu não vi essa coisa ser encaminhada quando o senhor era prefeito e governo do São Paulo", rebateu a verde, depois que Serra falou sobre os seus projetos de habitação como o Vila Dignidade.

No mesmo bloco, Dilma e Marina debateram sobre segurança. "Como resolver o problema da segurança pública, quando 16 anos se passaram e nada foi resolvido?", perguntou Marina.

Dilma citou o projeto das UPPs do Rio de Janeiro como exemplo. "Essas Unidades de Polícia Pacificadora partem do princípio de que nós temos um território de guerra", disse.

Com Dilma, Plínio voltou a falar da dívida externa. "Uma bolsa-credor leva uma bolsa família simplesmente em 13 dias", disse o socialista.

O mesmo tom teve Plínio no debate com Serra sobre saúde. Segundo o socialista, 10% do PIB deve ser usado na saúde.

"Depois [o governo] veio inventar coisa que não tinha dinheiro para saúde por causa da CPMF", disse o tucano.

IMPOSTO

No primeiro bloco, Serra criticou Dilma porque, segundo ele, o governo Lula aumentou o imposto sobre água e esgoto quando a petista era ministra.

Segundo ele, o aumento foi responsabilidade de Dilma. "Sou contra coisas que foram feitas pelo governo como o imposto sobre a água", afirmou o tucano, no primeiro bloco do debate organizado pela TV Globo na noite desta quinta-feira.

Serra voltou a prometer a redução de impostos. "Quero tirar impostos sobre alimentos básicos, sobre medicamentos e fazer um sistema que combata a sonegação."

"Quero começar dizendo que a minha proposta de reforma tributária alivia os impostos sobre os pobres", completou o tucano.

Segunda a perguntar, Dilma evitou confronto direto com Serra e preferiu fazer uma pergunta para Plínio de Arruda Sampaio (PSOL).

Marina questionou Dilma sobre a questão trabalhista e evitou que Serra pudesse fazer uma pergunta a petista

"Uma das grandes conquistas foi a melhoria na questão da formalização no mercado de trabalho no Brasil", disse a petista, repetindo o número de 14 milhões de empregos criados no governo. 






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