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Eleições Brasil 2012
Terça - 05 de Outubro de 2010 às 23:15

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Derrotado na disputa pelo Senado, o vereador Netinho de Paula (PC do B) atribuiu a "órgãos muito importantes e também muito poderosos, [...] principalmente a mídia", o papel de algoz da sua candidatura.

"A imprensa, do início ao fim, nunca discutiu sequer uma proposta do que eu pensava para o Senado. [Os veículos] repetiam exatamente o que o programa do candidato do PSDB falava", reclamou.

Na reta final, o tucano Aloysio Nunes ultrapassou concorrentes e foi o mais votado para as duas vagas de senador. Marta Suplicy (PT) ficou com a segunda cadeira.

Com 7,7 milhões de votos (21,1%), Netinho não conseguiu se eleger, embora tenha chegado a liderar pesquisas na última semana.

Em coletiva de imprensa nesta terça-feira, na Câmara dos Vereadores, o ex-pagodeiro afirmou que não se sentiu "injustiçado", e sim "o escolhido para falarem mal".

"Me sinto o escolhido para falarem mal. Passei três meses da campanha falando de um fato da vida particular ocorrido em 2005."

Segundo ele, a agressão à ex-mulher não era assunto para "pauta política".

Netinho queixou-se do preconceito de "setores poderosos" que teriam se incomodado com a ascensão "de uma pessoa vinda do gueto, de origem humilde, negro".

Na sequência, disse que não lhe cabe fazer o papel de vítima. "Detesto --e acho que só cheguei aonde cheguei por isso-- vitimismo. Não quero jamais cair nisso."

Para ele, os adversários tiveram "mérito", e, por isso, "mereceram estar onde estão". A cobertura da imprensa, contudo, "foi vergonhosa" a seu ver.

"Se o Ficha Limpa foi um avanço para os candidatos, acho que essa eleição vai servir de paradigma para a imprensa fazer uma auto-crítica."

Na esteira de reclamações contra a mídia, despachou críticas a reportagens sobre um inquérito contra ele aberto pela Polícia Civil.

Na semana passada, a Folha noticiou que ele é investigado por supostamente omitir bens à Justiça Eleitoral.

No final de setembro, policiais estiveram no condomínio onde ele mora, em Alphaville, no município de Barueri, e fotografaram o imóvel à pedido da Promotoria Eleitoral da cidade.

"O que leva a Polícia Civil ir à minha casa [sem mandado] por causa de um débito fiscal? Com isso ninguém se indignou."

Segundo Netinho, a imprensa não foi justa em destacar o fato "em pleno processo eleitoral". Defendeu, contudo, que todas as denúncias sejam apuradas.

TRISTE

Netinho se disse "triste, porque queria ser senador", mas acredita ter saído fortalecido politicamente.

Segundo ele, Lula telefonou ontem para fazer um pedido ("não abaixe a cabeça") e dar um conselho ("todo grande político precisa conhecer a derrota").

Netinho não descartou cargos num eventual governo Dilma Rousseff (PT), nem concorrer à Prefeitura de São Paulo. Mas diz que seu foco, agora, é ajudar a petista na campanha presidencial.






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