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Eleições Brasil 2012
Sábado - 09 de Outubro de 2010 às 16:36

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Disputada pelos presidenciáveis neste segundo turno, a senadora Marina Silva (PV-AC) afirmou neste sábado que, se não fossem as pesquisas de intenção de voto, o resultado das eleições poderia ter sido diferente.

Terceira colocada na corrida presidencial com 20 milhões de votos, Marina reafirmou que pode seguir uma posição diferente do partido nesta etapa e negou que já se considere minoria na legenda.

Quase uma semana após sair da disputa, a verde disse que sentiu nas ruas que sua votação poderia ter sido mais expressiva do que os institutos de pesquisas apontavam e que isso lhe custou votos.

"Fizemos aliança com núcleos vivos da sociedade. Não tínhamos alianças pragmáticas da política velha, mas um novo tipo de aliança e tivemos uma grande resposta. Eu dizia o tempo todo que o que tinha nas ruas era maior do que o que aparecia nas pesquisas e de que o Brasil ia ter uma surpresa em relação a isso e de fato teve. E se, lamentavelmente, não tivéssemos esse descompasso com as pesquisas, a motivação da sociedade seria maior porque hoje encontro pessoas dizendo que se arrependeram porque confiaram nas pesquisas".

Para Marina, o segundo turno foi importante para evitar uma política do ódio. "[O eleitor] nos deu uma segunda chance: quem saísse legitimado teria que enfrentar um ódio terrível que ia acontecer no Brasil do outro grupo", disse durante encontro com militantes em Brasília.

A senadora afirmou que as alianças que estão sendo costuradas pelo PV não terão "interferência" no caminho escolhido nacionalmente pelo partido. Os diretórios do PV no Acre e no Distrito Federal já declararam apoio aos petistas Ana Júlia e Agnelo Queiróz, respectivamente, e no Rio de Janeiro ao tucano José Serra.

"A nossa expectativa é para que os apoios sejam dados em cima de compromissos programáticos. Isso que é mais importante. No nacional, todo esforço é que seja em programas e não na velha política de discussão de cargos ou apenas relação de amizades", afirmou.

A senadora disse que seu apoio está condicionado ao seu programa com dez pontos apresentado a Dilma Rousseff (PT) e Serra, mas que isso não será medido quantitativamente.

"Não vou colocar em termos quantitativos. A discussão é qualitativa. Estamos diante de um embrião de uma terceira via. E acho que é isso que está amadurecendo a democracia brasileira. Quando você tem apenas a possibilidade de um plebiscito a democracia fica enfraquecida porque você tem que optar entre um e outro o que possibilita a possibilidade de escolha é a terceira via", disse.

DECISÃO

Marina disse que só vai se posicionar sobre o segundo turno no dia 17, durante convenção nacional do partido, e reforçou que sua posição não será vinculada.

"Há expectativa quanto a minha opinião também, poderia ser só a opinião do partido, mas não posso ter nesse momento atitude de falsa modéstia dizer que não há expectativa da minha opinião também", disse.

Para a senadora, isso não significa que já considere o partido inclinado a esse ou aquele candidato.

"Quando me filiei ao PV, não vale só para mim, estava estabelecido que se não fossemos para o segundo turno, [o apoio] iria ser discutido na convenção. O que pode ocorrer é apoiar uma ou outra ou uma posição de não se comprometer com nenhuma delas. Quem for minoria lhes é assegurado o direito de manifestação e envolvimento naquilo que está se manifestando. Não me considero minoria. O partido é democrático. Se vai ser por unanimidade ou não, isso só no dia 17", afirmou.

Marina alfinetou Dilma e Serra questionando o fato de os dois não terem apresentado programas de governo no primeiro turno --ambos prometem apresentar os textos na próxima semana.

"Quem tinha tempo de televisão não tinha programa e quem tinha programa não tinha tempo. A sociedade compreendeu isso. Não pode ser presidente do Brasil sem apresentar os programas", disse.

Campeã de votos em Brasília, a senadora participou de um encontro com mais de 200 eleitores hoje, em um hotel, e concedeu entrevista. Marina disse que sua votação foi uma surpresa.

"Quebramos o plebiscito. Foi voto de opinião, valores e posturas, não fomos pelo vale tudo eleitoral, preferimos debates, evitando satanizações, rótulos".

Marina disse que o presidente Lula e a oposição precisam tirar lições da disputa.

"O sinal que está sendo dado é que as pessoas querem manter as conquistas, mas não querem ser complacentes com os erros, querem ter correção dos erros, mas não querem negar as conquistas. Esse recado foi dado da seguinte forma: o presidente que tem mais de 80% de aprovação não conseguiu fazer sua candidata no primeiro turno. E a oposição, para representar os quadros de respeito, Arthur Vírgilio (PSDB-AM) e Tasso Jereisatti (PSDB-CE) receberam um recado, quer crítica, mas não quer que a crítica seja feita na oposição pela oposição".

E completou: "Não sou continuadora por continuadora, nem oposição por oposição", disse.

No encontro, Marina lembrou a ex-colega de PT e presidente do PSOL, Heloísa Helena (AL), que saiu derrotada das urnas. "Ela foi massacrada".
 





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