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Economia
Quarta - 24 de Novembro de 2010 às 19:08

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O nível da produção de bens e serviços que atua na informalidade, a chamada economia subterrânea, atingiu cerca de R$ 656 bilhões neste ano. O valor representa 18,6% do PIB (Produto Interno Bruto), de acordo com índice divulgado pelo Etco (Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial) e a FGV (Fundação Getúlio Vargas).

O cálculo tem por base os dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra em Domicílio) de 2009, a previsão de um crescimento de 7,5% no PIB (Produto Interno Bruto) e inflação de 5% em 2010. O termo subterrâneo inclui, além de trabalhadores informais, a movimentação gerada com atividades ilícitas, como tráfico de drogas e contrabando.

O percentual do PIB registrado em 2010 mostra estabilidade nos últimos três anos. A cifra, entretanto, é superior neste ano, já que o bolo das riquezas é maior.

O dado revisado com a Pnad de 2009, divulgada em setembro, mostra que as os negócios não contabilizados pelo governo movimentaram R$ 584 bilhões no ano passado, cerca de 18,6% do PIB. A cifra representa valor próximo à soma de todas as riquezas geradas pela Argentina em 2009.

Fernando de Holanda Barbosa Filho, pesquisador do Ibre/FGV e responsável pelo estudo, lembra que a comparação dos valores absolutos ajuda a tirar a visão equivocada de que a manutenção do percentual em relação ao PIB representa um dado positivo.

"No nosso entendimento a redução de 2003 a 2008 foi um fator conjuntural ocasionado pelo elevado crescimento do produto e elevada expansão do crédito. Uma vez que esses dois fatores reduziram seu ritmo em 2009 e na ausência das reformas estruturais, ele teve uma parada", afirma.

O indicador recuou de 21% em 2003 para 18,7% em 2008. Segundo o presidente-executivo do Etco, André Franco Montoro, ao mesmo tempo em que o crescimento da economia contribui para diminuir esse percentual, também eleva a procura por serviços do comércio subterrâneo. Ele acredita que esse fator tenha prevalecido no resultado de 2010.

Para Montoro, o governo precisa fazer um esforço de desburocratização para diminuir o nível da economia subterrânea no Brasil.

"A gente observa a economia subterrânea como um sintoma de uma doença. A doença é o excesso de regulação, excesso de rigidez no mercado de trabalho e elevada carga tributária, medidas que em geral estimulam as firmas a operar na economia subterrânea", completa Barbosa.






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