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Cultura
Domingo - 05 de Dezembro de 2010 às 08:12

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Késia Oliveira de Souza é bancária e formada em administração de empresas, tem no sangue o envolvimento com a arte, sobrinha de tia cantora, compositora e maestrina e de tio escritor, a jovem menina vêm a quase um ano passando para o papel as histórias que ouvia quando pequena nas noites de lua cheia ao redor de uma fogueira no sitio de seu avô paterno.

“Tudo começava ao me deitar. As imaginações vinham e iam em minha mente. Contar carneirinhos para dormir... nada disso, o medo não deixava” declara Késia ao se referir as histórias que ouvia de seus familiares e amigos, causos populares contados no interior de Mato Grosso.

Mesmo após a família se desfazer do sítio na zona rural de Nortelândia, aqueles causos populares ainda eram relembrados pelos seus tios em reuniões da família na cidade.

“Assim eram algumas noites em que meu tio nos visitava e contava histórias para eu e meus irmãos dormirem. Quando pequena não sabia de onde ele tinha tanta inspiração, com o tempo descobri que grande maioria das histórias meu tio já havia ouvido, também quando criança, contadas por minha avó, que também às havia contava ao meu pai”, afirma a jovem escritora.

Késia faz um relato de como surgiu a idéia para escrever o livro: “Na minha família somos muitos, tanto do lado de meu pai quanto do lado de minha mãe, por isso quando recebíamos alguma visita sempre à noite às conversas eram estendidas, na frente de casa com vista para a rua e a presença dos amigos ou na varando dos fundos com a participação de alguns vizinhos que se esticavam no muro para um bate papo.

Quando criança, minha mãe durante algum tempo ou estava estudando ou já lecionando, ela é professora, e quando meu tio chegava começava a contar essas histórias desde o período da tarde, se estendendo ao anoitecer e após o jantar. Algumas curiosas outras amedrontadoras.

Quando adulta percebi que na verdade esses causos fazem parte do folclore brasileiro, com particularidades adaptadas e específicas da região onde nasci: Nortelândia, no médio norte do estado de Mato Grosso. Essas histórias ao mesmo tempo em que são educativas, são ricas em cultura popular e também bizarras, misturando a cultura indigna, nordestina, sulista, amazonense, fronteiriças da Bolívia e Paraguai e talvez portuguesas e africanas.

 Analisando a fundo poderemos ver personagens folclóricos distintos de cada região brasileira porem com características bem parecidas, acredito que isso acontece porque foram incorporados fatos e mudanças de nomes de acordo com a realidade daqueles que contavam esses causos de geração a geração, de pais para filhos.

Outro ponto importante é que para nossa juventude de hoje as tais “lendas urbanas” são adaptações das histórias contadas por nossos avós, que com o passar dos anos foram muito bem adaptadas, revigoradas e atualizadas. Sendo que essas histórias mais novas denominadas lendas urbanas apesar de nascerem nos grandes centros possuem características interioranas.

Mesmo sem pesquisas cientificas ou aprofundadas, se um dia conseguir publicar meu livro – ainda inacabado, poderemos apreciar contos de arrepiar que atravessam gerações e foram passados de meus avós para meus pais e tios em particular um deles, meu tio Ney, que me contou e agora estou recontando de uma forma bem atual”, finaliza a escritora.

Entre as fabulas constam textos sobre: o Curupira - o Pai do Mato, o Boi Tatá, a Mula Sem Cabeça, Iara - a mãe das águas, a Vitória Régia, o Saci Pererê, o Negrinho do Pastoreio, o Papa figo, A Porca dos Sete Leitões, a Pisadeira, o Pé de Garrafa, O homem do Saco, A Loira do Banheiro da Escola, em fim tudo sobre nosso folclore com adaptações adquiridas no médio norte do estado de Mato Grosso.






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