Em baixa de 0,41%, dólar marca R$ 1,678; mercado vê crise árabe

O mercado de câmbio doméstico negocia o dólar comercial por R$ 1,678 nas primeiras operações desta segunda-feira. O valor representa um declínio de 0,41% sobre a taxa da semana passada. O Banco Central anunciou na sexta que vai realizar três leilões para compra de dólar "a termo" na jornada de hoje. Não há menção de quantias no comunicado oficial. As operações têm liquidação prevista para o início de fevereiro.
As turbulências políticas no mundo árabe, primeiro na Tunísia e depois no Egito, já começaram a afetar com mais força os mercados financeiros. Na sexta-feira, analistas atribuíram a forte baixa das maiores Bolsas de Valores ao temores por uma escalada de tensão nos países da região, que concentra alguns dos maiores fornecedores de petróleo do planeta.

Não por coincidência, a cotação do barril voltou a encostar na casa dos US$ 90 na praça de Nova York e a quase ultrapassar a marca dos US$ 100 em Londres.

A situação no Egito não mostrou sinais de alívio neste final de semana, pelo contrário. A população continua nas ruas, exigindo a renúncia do presidente Hosni Mubarak, no poder há 30 anos. A comunidade internacional pressiona o líder egípcio por reformas e até o mesmo os EUA, tradicional aliado, já exige uma "transição ordeira". Há notícias de bastidores indicando que a oposição local deve iniciar negociações nesta segunda-feira.

AGENDA

A agenda econômica está cheia de indicadores importantes, a começar por hoje, quando o governo americano publica os números fundamentais sobre renda e gastos das famílias (dados de dezembro). Por volta das 23h (hora de Brasília), uma sondagem privada (PMI) aponta o nível de atividade do setor manufatureiro na China.

Mas o mercado deve ficar atento realmente às estatísticas sobre emprego (criação de postos de trabalho e taxa de desocupação) previstas para sexta-feira. Na quarta, o relatório da consultoria privada ADP já deve mexer com as expectativas dos investidores.

No front doméstico, o boletim Focus (projeções do mercado) e a balança comercial são os destaques do dia. Na quarta, o levantamento do IBGE sobre a produção industrial deve chamar a atenção.

Mas é o setor corporativo que ganha ainda mais intensidade a partir desta semana, com os primeiros balanços de grandes empresas brasileiras.

Bradesco é o destaque de hoje, e na quinta-feira, o grupo Santander. No exterior, os balanços da ExxonMobil e da Honda Motor estão entre os principais números esperados para esta segunda-feira.