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Economia
Segunda - 14 de Fevereiro de 2011 às 14:57

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Os produtores rurais de Mato Grosso investiram nesta safra cerca de R$ 131,6 milhões na conversão de 98 mil hectares de pastagens em áreas apropriadas ao cultivo da soja. A conversão das pastagens foi responsável por metade do aumento de 196,05 mil hectares na área cultivada com soja em Mato Grosso nesta safra.

Os outros 50% referem-se à expansão do plantio em áreas arenosas, que já haviam sido utilizadas para o cultivo da soja, mas, em função dos preços baixos, que comprometiam a rentabilidade, foram deixadas de lado nas últimas safras. Segundo o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Glauber Silveira, o investimento na conversão de pastagens foi possível por causa dos preços atrativos da soja nos mercados internacional e doméstico. Ele observa que a conversão só não foi maior porque os custos são altos e exige aportes significativos de capital. Outro fator limitante foi a recuperação dos preços do algodão, que levou grandes agricultores a expandir a área cultivada da pluma.

Silveira estima que os agricultores de Mato Grosso precisariam do aporte de R$ 12 bilhões para tornar 9,1 milhões de hectares de pastagens em condições aptas para o cultivo de grãos. Ele cita cálculos do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), que projetam o custo de conversão em R$ 1.335 por hectare, valor 36% acima do custo operacional de uma área já utilizada na produção de soja, que é de R$ 982 por hectare. Na conversão, os gastos com correção de calcário são três vezes superiores e as despesas com adubação duplicam.

O presidente da Aprosoja-MT afirma que 36% dos 27 milhões de hectares de pastagens existentes atualmente em Mato Grosso, cerca de 13 milhões de hectares, apresentam condições de solo para o cultivo de grãos e declividade máxima de 12%, o que possibilita o acesso das plantadeiras e colheitadeiras. O último levantamento do Imea estimou o cultivo de soja nesta safra em 6,413 milhões de hectares, com um crescimento de 196 mil hectares (3,2%) em relação ao ciclo passado. A atual estimativa de área é 267,2 mil hectares superior (4,3%) à projetada em outubro do ano passado (6,146 milhão de hectares).

Na ocasião, as perspectivas eram de retração de 71 mil hectares (1%) em relação à safra passada, por causa do atraso no plantio, provocado pela falta de chuvas, e da perspectiva de expansão do cultivo do algodão. A região onde houve maior aumento na área cultivada de algodão foi o médio-norte, onde o plantio aumentou 53,4 mil hectares (+70%), para 130 mil hectares. A soja avançou 105,4 mil hectares (4,3%), para 2,571 milhões de hectares. Em outubro, quando o início do plantio estava atrasado, o Imea estimava que a área de soja no médio-norte cairia 30 mil hectares (1,2%). A perda mais significativa na área de soja ocorreu na região oeste, onde houve retração de 18 mil hectares (2%), para 948,2 mil hectares.

No oeste, onde cresce o arrendamento de terras por parte dos grandes grupos, o cultivo de algodão aumentou em 85,3 mil hectares (94,6%), para 175,5 mil hectares. O destaque é Sapezal, que se tornou o maior produtor do Estado, com aumento de 94,6% no cultivo de algodão, para 89 mil hectares, apesar de a área de soja ter encolhido apenas 10 mil hectares, para 360 mil hectares. A maior expansão no cultivo do algodão ocorreu na região sudeste de Mato Grosso, que responde por 46,5% da área cultivada com a pluma. O plantio no sudeste aumentou 93,3 mil hectares (44%), para 306,3 mil hectares. No geral a área cultivada com algodão em Mato Grosso aumentou em 251,9 mil hectares (60,1%), para 671,1 mil hectares, conforme o levantamento do Imea de janeiro.





Fonte: IG

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