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Internacional
Quinta - 17 de Fevereiro de 2011 às 20:59

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Em greve de fome há 19 dias, um grupo de estudantes universitários da Venezuela exige que uma comissão da OEA (Organização dos Estados Americanos) visite o país para investigar supostas violações de direitos humanos.

A maior parte dos ativistas se instalou, em 31 de janeiro, na sede da OEA em Caracas, no bairro nobre de Las Mercedes, mas o protesto tem ganhado adesões de estudantes em outros Estados.

Além da cobertura sistemática da TV oposicionista Globovisión, que entra com flashs ao vivo na programação mostrando o andamento do protesto, a greve de fome ganhou a manchete do jornal "Últimas Noticias" de ontem, o mais lido do país e considerado próximo do chavismo.

"Os ventos de liberdade que se iniciaram na Tunísia e no Egito cruzaram o Atlântico e estão na Venezuela", disse Lorent Saleh, coordenador nacional do Movimento Juventude Ativa Venezuela (Javu), em tom solene, sentado em um dos colchonetes multicoloridos espalhados pela sede da OEA.

"Não estamos brincando de carrinho. Estamos falando sério", ameaçou Roderick Navarro, liderança estudantil da UCV (Universidade Central da Venezuela), ao se somar ao protesto ontem.

Um dos estudantes desmaiou anteontem e foi levado a um hospital. O grupo diz que só tem tomado água e uma solução salina desde o início do mês.

A manifestação captou a atenção do secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, que declarou "preocupado" com os jovens e voltou a dizer que não pode viajar à Venezuela sem um expresso convite do governo Chávez.

Desde 2004 não há missões da OEA na Venezuela e a Comissão Inter-Americana de Direitos Humanos se queixa de ter de fazer seus informes à distância.

Os estudantes pedem ainda a libertação de 27 detidos que consideram "presos políticos" do governo. Entre eles, estão dois parlamentares.

Não é a primeira vez que universitários críticos do governo protestam ante a OEA, mas a duração do jejum e a repercussão da ação levou o chanceler Nicolas Maduro a falar sobre o tema anteontem.

Maduro afirmou que as reivindicações dos estudantes podem ser "conversados e solucionados por nós", sem interferência das instâncias multilaterais. Disse que os "jovens da oposição" fazem petições "impossíveis", como a libertação de condenados por homicídios.






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