Hoje, por volta das 7h30, os produtores vindos do interior participaram de uma manifestação em frente à sede da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), que fica no centro político e administrativo de Cuiabá, onde estão instalados os principais órgãos do legislativo, executivo e judiciário.
A manifestação na Famato reuniu cerca mil produtores, que ouviram discursos de lideranças rurais, além do presidente da Assembleia Legislativa, José Riva (PP) e do vice-governador Francisco Daltro (PP), que está respondendo pelo Executivo, uma vez que o governador Silval Barbosa (PMDB) viajou para os Estados Unidos.
O deputado federal Homero Pereira (PR-MT), um dos líderes da bancada ruralista, disse que, em vez dos "tratoraços e caminhonaços" promovidos na época do movimento pela renegociação das dívidas agrícolas, desta vez o setor optou por "levar gente" à Brasília para sensibilizar o Congresso Nacional quanto à importância da aprovação da nova lei, "pois muitos produtores estão sendo multados, presos e têm suas propriedades embargadas".
Homero Pereira afirmou que a expectativa é que a manifestação de amanhã resulte pelo menos na definição de uma data para que o relatório seja colocado na pauta do Congresso, o que deveria ter ocorrido no mês passado. Ele espera que o assunto seja votado ainda este mês e acredita que a maioria dos deputados deve votar pela aprovação.
Na opinião do presidente da Famato, Rui Prado, a aprovação do novo Código Florestal é importante para dar segurança aos agricultores, que vem sendo "tratados como criminosos". Ele observa que 62% das florestas estão preservadas no Mato Grosso, que é um dos maiores produtores de grãos e tem o maior rebanho bovino do País.
Prado afirmou que defende o respeito ao direito adquirido dos produtores, pois, quando chegaram ao Estado, o Código Florestal de 1965 permitia o desmate de 50% das áreas na região Amazônia. Hoje, os produtores têm de se ajustar à mudança na lei feita por meio da Media Provisória 2.080, de 2000, que só permite exploração de 20% da propriedade. No caso do cerrado, antes era permitido explorar 80% e hoje apenas 35%.
O produtor rural Maurício Quadros, que coordena uma caravana de seis ônibus e 300 pessoas da região de Juína (750 km ao norte de Cuiabá), disse que, apesar do cansaço da viagem, os produtores estão animados, pois saíram do município ontem às 19 horas e foram direto para a manifestação na Famato. No começo desta tarde, os 25 ônibus que saíram de Cuiabá viajam rumo a Rondonópolis (212 km ao sul de Cuiabá), onde a caravana deve se juntar a outros 15 ônibus com produtores da região.
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