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Domingo - 05 de Janeiro de 2014 às 15:49

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 "Estou começando 2014 sem dívidas. Economizei durante 2013 para iniciar este ano no azul e poder comprar meu carro”. A meta atingida pela professora Edlaine Ferreira da Silva é o desejo da maioria dos mato-grossenses, que querem começar o ano no azul. Porém, poucos fazem como ela, que quitou todas as contas durante o último ano e economizou todo o 13º salário. “Foi preciso estabelecer uma meta para conseguir isso. Este é o 1º ano que posso dizer que não tenho contas, pois cortei muitos gastos. Não viajei durante as festas de fim de ano e os presentes foram reduzidos, mas foi por uma boa causa”.
 
O professor de economia Antônio Humberto de Oliveira explica que a concretização dos planos dos trabalhadores só não ocorre por falta de planejamento, já que muitos gastam compulsivamente e esquecem de controlar as finanças pessoais. Para orientar os consumidores ele separa as dívidas entre flutuantes, aquelas que se renovam a cada mês (água, energia, telefone) e em dívidas fundadas, decorrentes das compras. Para entrar o ano sem dívidas lembra a importância de uma negociação com o credor, já que dessa forma os juros são menores e muitas vezes até eliminados. “É interessante que o devedor faça um acordo com o credor, mas conforme suas condições de pagamento, para que isso não acabe se tornando algo ainda pior. A dívida fundada é a principal responsável
pelo endividamento, é preciso evitá-la”. Sobre as contas essenciais, ele sugere que sejam anotadas para o trabalhador saber quanto ganha e quanto pode gastar, planejando como pode economizar.
 
Uma pesquisa da Confederação Nacional do Comércio (CNC) mostra que aumentou o número de famílias endividadas nos últimos 12 meses. Em dezembro de 2012 eram 60,7% e no mesmo período de 2013 o percentual saltou para 62,2%. Entre os consumidores,
alguns evitam o endividamento, outros até tentam mas não deixam de utilizar o cartão de crédito nas compras parceladas. A costureira Solange Francisca garante que pelo menos no início desde ano não tem contas a pagar a não ser os gastos fixos mensais como água, energia, telefone e alimentação. “Por trabalhar por conta própria tenho que ter um controle ainda maior porque não tenho uma data certa para receber. Pego em dinheiro todos os dias mas planejo tudo que tenho que pagar no mês para não passar
apuros. Além disso ainda deixo uma reserva para o caso de emergências”.
 
O especialista explica que todos os consumidores deveriam ser como Solange, ter um planejamento financeiro. “O indicado é utilizar o tradicional caderninho de contas e marcar os gastos e os recebimentos. Isso vale para autônomos e para quem tem emprego fixo”.
Mareliza Ferreira da Silva afirma que para 2014 as dívidas são somente do cartão de crédito. Ela mora no interior do Estado e está de férias na Capital fazendo compras. “É difícil não utilizar o cartão mas tento me controlar e comprar somente o que posso pagar. Quando tenho dinheiro pago à vista para ter desconto”. O economista orienta que o uso do cartão de crédito e do cheque especial seja feito somente em último caso, já que eles possuem a maior taxa de juros do mercado. Uma dívida de R$ 1 mil, por exemplo, se transforma em R$ 2,929 mil após 12 meses no rotativo do cartão de crédito se nenhum pagamento for efetuado, calcula. “Outro problema é não saber utilizar as vantagens que os bancos dão, e alguns consumidores encaram o cartão de crédito como uma renda extra e quando realmente necessitam não podem utilizar por não terem limite ou por estarem totalmente endividados”.
 
Outra dica citada por Antônio Humberto para reduzir as dívidas e sair da ciranda financeira é fazer um empréstimo para quitar todas as contas. “Na maioria das vezes isso é melhor já que a pessoa passa a pagar somente uma conta e com uma taxa de juros, diferente de quando ela deve o cartão, cheque e algumas lojas”. A taxa dos empréstimos pessoais nos bancos é de 3,18% ao mês, fica muito abaixo dos 9,37% cobrados pelo cartão de crédito e 7,89% do cheque especial. O juro do crédito consignado também é um dos mais
baixos do mercado, já que a garantia do empréstimo é o próprio salário do contratante. As taxas do consignado variam de 1,7% a 2,12% ao mês, segundo o Banco Central, o que dá um juro anualizado entre 22,4% e 28,6%, bem distante dos 192,94% do cartão de crédito e dos 148,76% do cheque especial.
 
O economista ressalta que essas dicas não devem ser seguidas somente no final do ano para se preparar para os próximos meses e dizer que iniciou o ano sem dívidas. “É necessário fazer o planejamento sempre, mês a mês. Um problema que afeta a maior parte da
sociedade é ter uma renda pequena. Isso vale também para as classes B e C, já que no Brasil os gastos com impostos são absurdos, como observamos há alguns dias, o salário mínimo subiu pouco mais de R$ 50, mas vários produtos também tiveram incremento nos preços”. No caso de despesas maiores que a renda, o ideal é reorganizar a vida financeira. Muitas vezes é preciso até um acordo entre a família para diminuir gastos. Obter uma renda extra é uma das saídas para quitar as dívidas e o fim do ano é um período propício para isso com o aumento das contratações temporárias.
 
Para as famílias que têm uma renda estável Antônio Humberto orienta que sejam cautelosas e que pensem sempre no futuro, já que eventuais emergências podem surgir. “Gastos com saúde são os principais acontecimentos que não são previstos, por isso é importante ter uma reserva financeira. Guardar dinheiro em poupança pode ajudar, porém isso deve ser feito quando realmente há algo sobrando”. Sobre os tipos de investimentos, eles mudam de acordo com o perfil do investidor. Os mais utilizados são a poupança e a Carta de Crédito (CDC), por serem mais fácies e muito conhecidos pela maioria. Para outros tipos de investimentos é ideal que se consulte um especialista para que a renda economizada não seja mal aplicada.
 
 




Fonte: A Gazeta

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