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Copa do Mundo 2014
Sexta - 15 de Abril de 2011 às 07:49
Por: Laís Costa Marques

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Projeto prevê ampliação do terminal de embarque e desembarque e alargamento da pista
Projeto prevê ampliação do terminal de embarque e desembarque e alargamento da pista
As obras do Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande, serão concluídas em 2018 e quando o empreendimento for entregue já estará com a estrutura defasada para a demanda. Este cenário é apontado pelo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Segundo os levantamentos, pelo menos desde 2009 o maior aeroporto do Estado opera em situação crítica acima da capacidade de 1,6 milhão de passageiros por ano. Em 2010 foram 2,13 milhões de pessoas em trânsito, superando em 33% a possibilidade de atendimento.

De todas as capitais com intervenções que visam a Copa do Mundo de 2014, o Marechal Rondon tem o cronograma mais atrasado, juntamente com Campinas (SP) e Manaus (AM) com previsão de entrega para dezembro de 2013. Porém, com base no histórico de obras realizadas no segmento no país, o Ipea estima que são precisos 92 meses entre a fase de projeto, na qual se encontra Mato Grosso, até a conclusão. De acordo com o levantamento, a elaboração do projeto leva 12 meses, a expedição de todas as licenças mais 38, as licitações 180 dias e a obra 36 meses, que totaliza 7 anos e 6 meses.

O presidente do Sindicato das Empresas de Turismo de Mato Grosso (Sindetur), Oiran Gutierrez, ressalta a insuficiência do prazo, ao exemplificar que em 8 anos o aeroporto do Estado, não conseguiu concluir, realizando apenas um terço do projeto. A lentidão da obra anterior foi consequência de irregularidades detectadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e do encerramento das atividades de uma das construtoras. O TCU, inclusive, é junto com o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama) apontado como um dos fatores que contribui para atraso. De acordo com o estudo do Ipea, os relatórios, fiscalizações e liberação de licenças tomam muito tempo e entravam o processo.

O doutor em Engenharia do Transporte da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Miguel Miranda, afirma que a conclusão das obras até a Copa é possível, mas que para isso é preciso recursos. Segundo o professor, a cobrança deve ser feita junto ao governo federal e que a fiscalização pelo TCU é indispensável para a realização completa e dentro do prazo, até para evitar problemas como os que ocorreram no passado, não só em Mato Grosso, como em Goiás, por exemplo.

Mas além da demora, o Ipea registra que baseado no crescimento médio dos aeroportos brasileiros, de 12,6% de 2003 a 2010, a ampliação a ser feita não será suficiente para atender a demanda da época. Segundo o Ipea, em 2014 o Estado terá o trânsito de 3,1 milhões de passageiros e a capacidade será para 2,8 milhões, caso a obra seja concluída.

Em março deste ano, o professor de engenharia de produção do Instituto Alberto Luiz Coimbra de pós-graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe) da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Elton Fernandes, apresentou uma pesquisa em que aponta a defasagem do aeroporto. "Quando for inaugurado, a movimentação será de 1 milhão de usuários superior à capacidade". A Infraero foi procurada para comentar o assunto, mas a assessoria de imprensa não respondeu até o fechamento da edição.

Solução - Uma alternativa sugerida pelo estudo do Ipea é a possibilidade de uma parceria entre o poder público federal e estadual ou até a privatização para que o processo de ampliação e reforma dos aeroportos ganhe celeridade em todo o país. O secretário de Estado de Logística Intermodal de Transportes, Francisco Vuolo, afirma que a privatização não é o foco, mas que o governo do Estado desenvolve um projeto paralelo para o Aeroporto Marechal Rondon que prevê a construção outro terminal de cargas e também de passageiros em que caberia a participação de capital particular.

Ainda em fase embrionária, o projeto seria para construção do outro lado da pista do aeroporto com outro acesso, e que priorizaria embarque e desembarque de cargas e voos internacionais.

Repercussão - O ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, admite que a situação dos aeroportos do país é "preocupante", mas pondera que os investimentos para a Copa do Mundo de 2014 irão surgir "naturalmente". Ele ressalta que a presidente Dilma Rousseff está atenta à questão dos aeroportos e que, segundo ele, prova disso é a criação da Secretaria de Aviação Civil, que passará a ter controle da infraestrutura aeroportuária brasileira.

Estudo divulgado pelo Ipea mostra que, dos 13 aeroportos brasileiros que receberam investimentos para a Copa, 9 não devem ficar prontos em tempo hábil para o evento. Dentre esses aeroportos, estão o de Guarulhos e Campinas (SP), Porto Alegre (RS), Brasília (DF) e Salvador (BA). O levantamento mostra ainda que o movimento de passageiros até 2014 deverá crescer em média 10% ao ano, chegando a um total de 151,8 milhões de usuários nesses aeroportos.





Fonte: A Gazeta

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