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Cultura
Segunda - 30 de Maio de 2011 às 21:53
Por: RODRIGO MACIEL MELONI

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A cidade de Cáceres, também conhecida como a Princesinha do Paraguai (referência ao rio que a corta e que deu origem ao município) se tornou o ‘reino da sétima arte’ neste fim de semana.  No entanto, o rei coroado pelos súditos do cinema não era parte do potentado, e sim um forasteiro: o cuiabano Luiz Marchetti, que além de levar o prêmio de Melhor Diretor, levou para casa o primeiro e o segundo lugar da Mostra Competitiva Curta Cine Cáceres. ‘Caio André’ e De Silêncios e de Luz’, caíram nas graças do espectador. O Júri Popular deu o prêmio de terceiro lugar para ‘Vestígios do Tempo’. De Ronaldo Adriano.

No primeiro dia da Mostra Competitivo, foram projetados cinco filmes. ‘E agora?’  de Francisco Krauss, conta a história de Pedro, que passa por uma inusitada situação enquanto espera o ônibus chegar. O filme, leve e fácil, arrancou boas risadas do público. Já ‘É Kalon – Olhares Ciganos’, de Aluízio de Azevedo Silva Júnior, “conta a saga dos ciganos, consideradas uma das ações mais exóticas do mundo”, como argumenta a sinopse. O curta levou todos a reconsiderar suas visões e opiniões sobre este povo, e de forma eficiente chegou ao final de sua narrativa como um dos mais aplaudidos por telespectadores, diretores e críticos, talvez por conta da familiaridade do diretor com o tema ou devido a habilidade do mesmo em ser um ótimo contador de histórias.

Logo depois, ‘Trabuco’, do cacerense Rauni Vilasboas, contou a história de um marginal fictício que sofre uma enorme transformação. O filme foi um dos mais ovacionados pelo público, enquanto ‘Um vestido e um amor’, produção curitibana de Luciano Coelho, impressionou pela qualidade técnica e pela produção irretocável. O grande vencedor do festival, que viria a ser coroado no dia seguinte, fechou o primeiro dia de exibição e levou todos a questionar os problemas enfrentados pelas minorias, em específico os homossexuais. ‘Caio André’ é, como explica o diretor Luiz Marchetti, um doc-arte sobre preconceito.

No domingo, 29 de maio, os filmes da Mostra Competitiva antecederam a premiação. ‘O que elas fazem o banheiro!?’, de Michael Coimbra abriu o terceiro e último dia do festival. Com uma abordagem original do assunto que povoa o imaginário coletivo, Michael brinca com os desejos alheios. ‘Vestígios do Tempo’, de Ronaldo Adriano, filme que ficou com o terceiro lugar no festival, conta a amarga história de pessoas que passam pela vida sem qualquer perspectiva.

‘Tiros E. M. Novo Oriente’, de Jana Borges Venarusso e João Daniel, falou da triste realidade de algumas escolas que vivem sob domínio da violência. ‘Hora Santa’, de Hedvaldo Silva (Porto Velho/RO), misturou terror e regionalismo com traços de cinema fantástico. Conseguiu assustar muita gente.

Mais uma vez Luiz Marchetti, único diretor que concorreu com dois curtas, fechou a Mostra Competitiva Curta Cine Cáceres. Com o documentário ‘De silêncios e de luz’, Luiz mostrou os horrores que pedófilos infligem em suas vítimas. Depoimentos fortes e carregados de emoção de vítimas de exploração sexual tocaram a platéia, enquanto especialistas da educação e da polícia mostraram a necessidade de criar uma rede para amparar as vítimas. 

Depois os alunos que participaram da Oficina de Introdução ao Audiovisual mostraram os vídeos produzidos após as aulas. Diego Baraldi e Moacir Barros, professores de Comunicação Social da Universidade Federal de Mato Grosso foram os facilitadores.

A premiação encerrou o festival, que levou ao Cine Teatro Xin uma média de 200 pessoas por dia. “Estamos extremamente felizes coma realização do festival e cm a participação do público. Gostaria de agradecer aos patrocinadores e parceiros que contribuíram para o sucesso do evento, e dizer que apesar dos percalços a experiência nos deu confiança para acreditar que o festival será um sucesso também”, declarou a diretora e organizadora do festival, Elainne Arruda Pires Cintra.

Elainne acrescentou quão fundamental foi a ajuda de colaboradores que ajudaram na produção espontaneamente. “Muita gente nos ajudou gratuitamente, viu que precisávamos de auxilio e se dispuseram à festival.

Vicente Maranhão, produtor do festival, destacou os diversos profissionais do ramo que vieram de outras cidades e de outros estados para participar do festival. “Trocar experiências e poder realizar algo que promova cinema brasileiro é gratificante. Melhor ainda é dividir isto com colegas que tem a mesma paixão e que vem de lugares tão distintos como Juara, Juína, Alta Floresta, Cuiabá e Campo Grande”.






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