Arenápolis News - arenapolisnews.com.br
Cidades
Sexta - 08 de Julho de 2011 às 22:22

    Imprimir


A Fundação Nacional do Índio (Funai) está fazendo este mês um levantamento fundiário das fazendas ocupadas por indígenas em Mato Grosso do Sul. Em Sidrolândia, município a 70 quilômetros de Campo Grande, está semana houve novas invasões.

Ânimos exaltados por uma disputa muito antiga. O motivo é a presença de um grupo de agentes da Funai que avalia benfeitorias em 17 mil hectares na região. São 32 fazendas consideradas pela Funai como áreas indígenas. Os técnicos calculam a indenização aos proprietários.

“As benfeitorias são as edificações residenciais, açudes, pastagens, frutíferas e cerca”, explica o coordenador da avaliação da Funai, Marcelo Bresolin.

Nesta sexta-feira (8), o levantamento fundiário foi impedido pelos produtores de Sidrolândia e Dois Irmãos do Buriti. Eles questionam a legalidade do trabalho. Muitos contrataram seguranças particulares para as fazendas.

O pecuarista Valério Luiz da Costa conta que na terça-feira (5), um grupo indígena invadiu a propriedade dele por duas horas. O fazendeiro entrou em um acordo com os índios, mas teme novas invasões.

“A história dessa fazenda começou no meu tetravô. Ele comprou essas terras da União em 1911. Onde hoje é a aldeia, era terra devoluta”, comenta o produtor.

Já o pecuarista Aroldo Ferreira Corrêa diz que está com a propriedade tomada pelos índios. “Eles invadem, acabam com tudo. Destroem o mangueiro”, relata ele.

Na região agora sobe para 11 o número de propriedades ocupadas pelos indígenas. Na Fazenda Bom Jesus, por exemplo, os índios chegaram na segunda-feira (4) à noite. Agora estão na área cerca de 300 indígenas das aldeias Córrego do Meio e Lagoinha.

“Não somente está área aqui, mas abrangendo os 17 mil hectares, é terra tradicional indígena. É nossa”, afirma o líder indígena Basílio Jorge.

A superintendência da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul) esteve na fazenda. Os produtores rurais dizem que aceitam negociar as propriedades, desde que recebam pelo valor da terra e das benfeitorias.

“Ninguém quer nenhuma perda de vida. Tanto do lado indígena, quanto do produtor rural. O que nós queremos é resolver a situação. O produtor, se preciso for, sai da sua área e vai buscar uma outra área”, diz o superintendente da Famasul, Carlos Alberto Santos do Valle.






Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://arenapolisnews.com.br/noticia/60661/visualizar/