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Polícia
Terça - 26 de Julho de 2011 às 18:30

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A Polícia Federal deverá dar apoio e suporte à investigação sobre a morte do jornalista Auro Ida, executado com cinco tiros na noite de sexta-feira (21) no bairro Jardim Fortaleza. O superintendente da PF, em Mato Grosso, Cezar Augusto Martinez, já garantiu que não vê empecilhos em colaborar e deve entrar em contato com o secretário de Segurança Pública, Diógenes Curado, e com o delegado da Polícia Civil, André Gonçalves, responsável pela investigação.

No entanto, Curado já adiantou que a investigação será conduzida pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa e a PF deverá dar apenas apoio.

Os presidentes da Ordem dos Advogados do Brasil - seccional Mato Grosso (OAB-MT) e o Sindicato dos Jornalistas do Estado, Cláudio Stábile Ribeiro e Téo Menezes, respectivamente, estiveram na sede da PF, na tarde de segunda-feira (25) para buscar o apoio da entidade. Também participaram o presidente do Tribunal de Ética e Disciplina e membro honorário da OAB/MT, Ussiel Tavares, os membros da Diretoria do Sindjor, Carlos Montandon e Jonas Campos, e os delegados federais Edivaldo Waldemar Genova e Karen Cristina Dunder.

Foi entregue um ofício ao superintendente em que a OAB/MT e o Sindjor/MT expõem a preocupação da sociedade, “perplexa e estarrecida” com a forma como o jornalista foi morto, tratando-se de um homicídio com características de “crime de mando” ou “pistolagem”. O presidente da OAB/MT ressaltou ainda o aumento no número de assassinatos com as mesmas características e lembrou que a intervenção da Polícia Federal, nesse caso, se justifica pela defesa do próprio Estado Democrático de Direito, que teve como uma de suas maiores conquistas, a liberdade de imprensa.

“Mato Grosso corre o risco de voltar a ser um Estado em que não há segurança, em que a vida não vale nada. Tivemos dois casos recentes de execução da esposa do vice-presidente da Subseção da OAB de Rondonópolis e do prefeito de Novo Santo Antônio. Os fatos são muito graves. Precisamos realmente saber se o motivo foi passional ou o jornalista foi morto em decorrência do exercício da profissão”, exortou Cláudio Stábile.

Para o superintendente da Polícia Federal, a morte de um jornalista é “sempre fato marcante e um crime de repercussão não apenas no Estado, mas no país”. Cezar Martinez observou a necessidade de haver um consenso prévio entre as instituições, ou seja, junto à Secretaria de Segurança Pública, por meio da Polícia Civil. Ele se comprometeu em contatar ainda hoje as autoridades estaduais para definirem qual a melhor forma de colaboração, se acompanhando as investigações ou abrindo outro inquérito pela PF. “Podemos não só apoiar, mas investigar se for preciso”.

Dados - O delegado lembrou-se dos últimos dados divulgados pela Secretaria de Segurança do Estado de que em média ocorrem 30 homicídios por mês no Estado, ou seja, um por dia; e que a Polícia Militar tem aproximadamente 5.500 homens para atender todo o Estado. “É uma situação muito preocupante, já que os índices da violência estão muito altos. Um absurdo”, comentou.

O delegado federal ponderou que atualmente não tem as informações iniciais da morte de Auro Ida e salientou ser a primeira parte das investigações a mais importante. “Metade da diligência é na apuração dos fatos logo em seguida ao ocorrido, quando se ouvem testemunhas e a perícia faz o seu trabalho”, sublinhou. E essa foi outra preocupação apontada pela OAB/MT e Sindjor já que houve atraso nas investigações iniciais por conta da greve da Polícia Civil.

O presidente do Sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso, Téo Menezes, reafirmou a preocupação com a rápida aceitação de crime passional para o caso levantada pela autoridade estadual. “Vamos aguardar a manifestação do superintendente até amanhã (terça-feira). Se não houver avanços, vamos buscar outros caminhos. As autoridades têm de ser emblemáticas no combate à violência”.
 





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