Senado dos EUA recusa proposta da Câmara sobre aumento do teto da dívida
O Senado americano --controlado pelos democratas-- recusou nesta sexta-feira a proposta republicana sobre o aumento do teto da dívida, que havia sido aprovada cerca de duas horas mais cedo pela Câmara de Representantes.
A proposta, apresentada pelo presidente da Câmara, o republicano John Boehner, buscava elevar o teto da dívida americana --atualmente em US$ 14,3 trilhões-- em duas etapas.
O líder democrata no Senado, Harry Reid, deve apresentar uma proposta diferente, a fim de obter os votos suficientes de ambos os partidos, para aprovar um plano no Congresso antes do prazo de 2 de agosto.
Tal projeto poderá ser analisado pelo Senado na manhã de segunda-feira (1º).
Mais cedo, a Câmara havia aprovado o plano republicano de elevar o teto da dívida americana. Os republicanos têm maioria na Câmara com 240 das 433 cadeiras --com duas cadeiras atualmente vagas, eles precisavam de 216 dos seus deputados para passar o projeto. Votaram a favor 218 legisladores e 210 contra.
Associated Press | ||
Reprodução da TV da Câmara mostra o final da votação sobre o teto da dívida; proposta foi aprovada |
Se o Congresso falhar em aumentar o teto da dívida até 2 de agosto, os americanos podem enfrentar elevação da taxa de juros e a queda do dólar.
Com o aumento do custo das taxas de empréstimo, hipotecas e empréstimos estudantis ficarão mais caros e o efeito será sentido por grande parcela da população.
IMPASSE
Há meses a Casa Branca e o Congresso estão envolvidos em negociações para chegar a um acordo que permita elevar o teto da dívida pública dos EUA e, assim, evitar o risco de calote.
Nas últimas semanas, o presidente Barack Obama e líderes dos dois partidos --Democrata e Republicano-- se reúnem quase diariamente, mas ainda não conseguiram solucionar o impasse.
Analistas afirmam que o calote da dívida americana poderia provocar um salto da taxa de juros nos Estados Unidos e potencialmente ameaçar a recuperação econômica mundial.
A oposição republicana exige que um acordo para elevar o teto da dívida seja vinculado a cortes no orçamento americano, para reduzir o deficit recorde, calculado em cerca de US$ 1,5 trilhão (R$ 2,3 trilhões) para o ano fiscal que termina em setembro.
Apesar de representantes de ambos os partidos concordarem com a necessidade de reduzir gastos, há muitas divergências sobre o que cortar e que programas atingir.
Os republicanos se recusam a aceitar qualquer proposta que inclua aumento de impostos. Obama, no entanto, insiste na necessidade de acabar com cortes de impostos que beneficiam a camada mais rica da população, criados ainda no governo de George W. Bush.
Os democratas, por outro lado, relutam em tocar em programas sociais que os republicanos querem enxugar.
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