Mas é da porteira para dentro que os prejuízos ganham maior proporção. A mortalidade das pastagens é mais um dos fatores que contribuem para a baixa rentabilidade. E a região, que no passado tinha o gado mais valorizado de Mato Grosso, hoje, o preço da arroba do boi gordo em municípios como Vila Rica e Água Boa (respectivamente, 1.276 km e 736 km de Cuiabá) está cerca de 4% mais baixo que a média aplicada no estado.
O superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari, acrescenta que os produtores da região terão mais um motivo para se preocupar. Isso porque no último levantamento feito pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), foi apontado que a concentração do abate de animais criados em confinamento será maior do que no restante do estado.
“Faltam indústrias para abater o rebanho”, diz Vacari. Ele lembra que a região já chegou a ter sete frigoríficos, sendo dois em Barra do Garças e cinco nos municípios de Nova Xavantina, Água Boa, Canarana, Confresa e Vila Rica. Vacari destaca que o Nordeste mato-grossense sempre foi privilegiado com a questão geográfica por estar próximo a regiões consumidoras como Goiás.
Em Vila Rica, o pecuarista Eduardo Ribeiro conta que está perdendo cerca de R$ 20 a cada negócio fechado. Ele explica que a arroba do boi gordo no município está em R$ 73, enquanto que em outros estados, como em Goiás, flutua na casa dos R$ 90 a arroba. “Como a região é predominantemente da pecuária, a crise na atividade vem afetando a renda da população”. Conforme ele, mais de 70% do rebanho de 700 mil cabeças da cidade estão passando fome, onde 20% da pastagem morreram na seca do ano passado agravada com o ataque de pragas como cigarrinhas e lagartas.
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