O produtor Guilherme Wilke, de Sorriso, a 420 quilômetros de Cuiabá, conta que pretende plantar 100 hectares de soja. Todos os produtos necessários para o agricultor já foram adquiridos em fevereiro. ""Uma empresa contatou conosco e ofereceu o adubo a R$ 22 sacos e meio por tonelada. Nós levamos para a cooperativa, juntamos um volume e fechamos negócio"", relata.
Em Mato Grosso é comum que os agricultores comprem antecipadamente os insumos para a preparação da terra. Segundo eles, no final o custo fica menor e alivia as contas. No mercado de vendas, os comerciantes também comemoram as negociações com a área de plantio. ""O produtor já sabe quanto que vai custar a lavoura dele, que são os insumos. Então ele calcula o custo fixo e já sabe quanto vai sobrar, quanto que pode vender e o que pode buscar"", explica o gerente da loja Leonardo Ceravolo.
De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), 97% dos insumos agrícolas para a safra de 2011/2012 já foram comercializados no estado. O Sindicato Rural da cidade explica que, desse total, 40% foi comercializado com recursos próprios. ""Quarenta e cinco por cento foi de revenda, em pacote ou dólar. E em torno de 15% com recursos de bancos e instituições financeiras. Em Mato-Grosso o mercado roda muito cedo. Tem anos que você nem colheu a soja da safra e já está comercializando a safra posterior"", detalhou o presidente do sindicato, Laercio Lenz.
Pela primeira vez, o produtor Pedro Vigolo comprou os insumos de uma só vez, em dezembro do ano passado. Ele conta que pretende produzir 850 hectares de soja em Sorriso. ""Hoje o [preço] do adubo subiu. Em dezembro eu fiz esse pacote, acredito que subiu mais de 30%. Então acho que foi um bom negócio"", estima.
Em outras propriedades, como a do agricultor Ademir Gardin, a aplicação de adubo no solo já começou. Ele pretende plantar 650 hectares no município. ""Foi a base de produto de troca por grão de milho. Para nós foi vantajoso e fechou nossas contas"", diz.
Comentários