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Saúde
Terça - 11 de Outubro de 2011 às 19:48

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Há seis anos, o Ministério da Saúde regulamentou a utilização de banco de ossos pela Odontologia, sendo bastante útil para pessoas com perda óssea bucal provocada por tumores e problemas odontológicos graves. O transplante de ossos, entretanto, avança muito lentamente, em grande parte pela falta de esclarecimento público sobre o processo e a importância da doação.

De acordo com o cirurgião-dentista Artur Cerri, diretor da Escola de Aperfeiçoamento Profissional (EAP) da APCD – Associação Paulista dos Cirurgiões-Dentistas –, um único doador pode beneficiar cerca de 350 pessoas e evitar que sejam submetidas à extração de osso da própria bacia ou do queixo, procedimentos bastante agressivos ao paciente e passíveis de infecções. 

“Desde a década de 90, o homoenxerto – que é o osso humano congelado – vem sendo utilizado em reconstruções bucomaxilofaciais. O osso transplantado ativa a regeneração óssea do paciente e é substituído pelo osso da própria pessoa alguns meses depois. Além de campanhas de esclarecimento sobre a importância da doação de ossos, se justifica divulgar ainda mais os benefícios do uso odontológico e desenvolver técnicas de captação, processamento, estocagem e transplante que estejam cada vez mais alinhadas com as exigências da legislação sanitária brasileira”, diz Cerri.

Na opinião do diretor da EAP, as vantagens de recorrer a um banco de ossos – que são cortados em pequenos blocos antes de serem utilizados na Odontologia – são inúmeras, resultando em procedimentos mais ágeis, que oferecem muito menos desconforto ao paciente e melhor recuperação.

Banco de dentes: contribuição para a formação acadêmica e combate ao comércio ilegal

O principal propósito dos bancos de dentes é suprir necessidades acadêmicas e profissionais, fornecendo dentes humanos para estudos, pesquisas e treinamentos. Mas, por sua característica de instituição sem fins lucrativos, vinculado a uma instituição de ensino ou de classe, também cumpre o importante papel de combater o comércio ilegal de dentes – que ainda persiste país adentro, embora seja ato criminoso.

“O grande desafio dos bancos de dentes humanos é evitar a infecção cruzada que existe no manuseio dos dentes extraídos. Por isso, é necessário que haja um controle severo dos procedimentos internos, como separação, estoque e preparação dos dentes. O cadastro e o arquivamento das fichas dos doadores/beneficiários também são fundamentais, já que os Comitês de Ética em Pesquisa não aprovam o uso de dentes que não sejam legalizados e tenham sua origem comprovada. A APCD é, inclusive, a primeira entidade de classe a ter um banco de dentes, em São Paulo”, ressalta Artur Cerri.

Para o especialista, mais do que atingir excelência nos processos internos, o grande desafio, a exemplo do banco de ossos, é conscientizar a população e a comunidade científica sobre a importância da doação de dentes, já que – como qualquer outro órgão do corpo – só podem ser doados com consentimento do paciente ou dos parentes mais próximos, como pais e filhos.

O tema “Reconstrução Óssea” será amplamente tratado no próximo Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo, que acontece entre 28 e 31 de janeiro do próximo ano. Os irmãos especialistas em Implantodontia, Wilson Sendyk e Claudio Sendyk, irão ministrar o curso nacional “Novos avanços na Implantodontia cirúrgica: da colocação dos implantes à reconstrução óssea” no dia 30 de janeiro, das 17h às 19h, no Expo Center-Norte, em São Paulo.
 






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