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Agronegócios
Segunda - 17 de Outubro de 2011 às 15:25

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O milho é fundamental para alimentação humana e para as cadeias produtivas de aves, suínos e bovinocultura leiteira, uma vez que é o principal insumo das rações animais. A planta de milho tem origem na América Central e foi por meio das grandes navegações do século XVI e do início do processo de colonização da América que a cultura se expandiu para outras partes do mundo. Hoje é cultivado e consumido em todos os continentes e sua produção só perde para a do trigo e do arroz.

Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento – Conab, a produção brasileira de milho da safra de 2010/2011 deverá ficar em torno de 57,5 milhões de toneladas. As condições do cenário internacional de retração da oferta e aumento de consumo, aliadas às condições de quebra no Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, sinalizam para um cenário altista de preço. Se tomarmos como base os dois principais estados produtores: Mato Grosso e Paraná constataremos que em julho/2011 a saca de 60Kg estava cotada em R$ 17,54 e R$ 24,23, respectivamente, bem acima do registrado no mesmo período do ano de 2010.

O relatório de oferta e demanda de setembro de 2011 do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), também gerou perspectivas altistas de preços de milho no mercado externo para a safra de 2011/2012. Segundo esse documento, os principais motivos da alta dos preços seriam a quebra da safra norte-americana, o aumento da demanda mundial pelo cereal (em função do aumento das importações da China) e a diminuição do volume de exportação dos Estados Unidos em 10,1% em relação à safra de 2010/2011 e em 16,7% em relação à safra de 2009/2010.

Diante da situação otimista do mercado para os produtores de milho, a Embrapa Transferência de Tecnologia, Embrapa Milho e Sorgo e Embrapa Tabuleiros Costeiros, Unidades Descentralizadas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, indicam onze cultivares para as diferentes regiões produtoras do País para a safra 2011/2012, a saber: BR 205, BR 206, BRS 1010, BRS 1030, BRS 1040, BRS 1055, BRS 1060, BRS 2020, BRS 2022, BRS 3035 e BRS Gorutuba.

BR 205 - híbrido duplo precoce com alta produtividade, adaptado às regiões tropicais, com tolerância à toxidez de alumínio e ao estresse hídrico. As plantas apresentam altura de 234 cm e as espigas 124 cm. Tem cor de grão amarelo-alaranjada, semidentado e empalhamento excelente, o que protege os grãos contra o ataque de pragas, além de reduzir perdas causadas por podridão. Seus grandes diferenciais são alta produtividade, rusticidade e resistência ao acamamento.

BR 206 - tem ampla adaptação, com rusticidade e alta resposta de tecnologias. No plantio tardio (safrinha), época em que é maior a probabilidade de ocorrência de déficit hídrico, a rusticidade de um híbrido é importante para garantir altas produtividades. O BR 206 se ajusta tanto às épocas de plantio normal quanto às épocas de plantio tardio. A rusticidade do BR 206, caracterizada pela tolerância a toxidez de alumínio e resistência à seca, é fator essencial para a estabilidade da produção, enquanto que sua resposta ao manejo tecnológico possibilita grandes produtividades às lavouras. A arquitetura do BR 206 é de folhas eretas e sua alta resistência ao quebramento do colmo permite a utilização de maiores densidades de plantio, facilitando a colheita mecânica. Essa cultivar possui ainda excelente empalhamento de espigas, com grãos semidentados de coloração laranja-avermelhada e de altíssima densidade.

BRS 1010 - híbrido simples que apresenta adaptação ampla às regiões Sudeste, Centro-Oeste, norte do Paraná, sudoeste da Bahia e sul dos estados do Maranhão e do Piauí. Seu ponto forte é o alto potencial produtivo. Apresenta boa sanidade de planta, é resistente à Phaeospheria e moderadamente resistente à mancha de Cercospora, duas das principais doenças da cultura do milho. Tem mostrado alta eficiência na utilização de fósforo, reduzindo os riscos causados pelos veranicos e contribuindo para maior estabilidade de produção. Esse híbrido simples tem boa resistência ao acamamento e ao quebramento, grãos laranja-avermelhados e espigas bem empalhadas.

BRS 1030 - híbrido simples indicado para os produtores rurais que utilizam alta tecnologia. Possibilita alta produtividade, tem ótima estabilidade de produção e boa resistência tanto ao acamamento quanto ao quebramento do colmo. Tanto em ambientes acima quanto abaixo de 700 metros, tem mostrado alta produtividade. Apresenta resistência a várias das principais doenças foliares que atacam a cultura do milho no Brasil.

BRS 1040 - híbrido simples de ciclo semiprecoce, indicado para as regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e estado do Paraná (Norte, Noroeste e Oeste do estado). Apresenta elevada produtividade e estabilidade de produção, bom empalhamento, boa resistência ao acamamento e quebramento e resistência à Cercosporiose. Adapta-se a diversos tipos de ambiente, estresse hídrico, safra e safrinha e terras altas e baixas. Produz silagem com ótima digestibilidade da matéria seca.

BRS 1055 - híbrido simples de ciclo semiprecoce com porte médio/alto, indicado para as regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e estado do Paraná (Norte, Noroeste e Oeste do estado). Para plantios em safra e safrinha, sem restrições de altitude. Apresenta elevada produtividade e estabilidade de produção, alta prolificidade, boa resistência ao acamamento e quebramento, boa resistência a duas doenças (Cercosporiose e Mancha Branca) e é mau hospedeiro de nematóide Meloidogyne javanica. Para produção de silagem, apresenta plantas de porte alto com ótima produção de massa e excelente digestibilidade de matéria-seca.

BRS 1060 - híbrido simples de ciclo semiprecoce com porte baixo, indicado para as regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e estado do Paraná (Norte, Noroeste e Oeste do estado) para plantios em safra e safrinha, sem restrições de altitude. Apresenta elevada produtividade e estabilidade de produção, excelente tolerância ao acamamento e quebramento e é mau hospedeiro de nematóide Meloidogyne javanica. Para produção de silagem, apresenta plantas de porte médio com ótima produção de massa e ótima digestibilidade de matéria-seca.

BRS 2020 - adapta-se a diversos ambientes e sistemas de produção, com excelente relação entre produtividade, custo e qualidade. Além disso, associa alta produtividade com estabilidade de produção, sendo bastante competitivo em relação aos melhores híbridos do mercado. É de ciclo precoce, tem porte baixo, excelente empalhamento e grãos do tipo semiduro, alaranjados e de ótima sanidade. É recomendado para plantio na safra de verão e apresenta também bom desempenho na safrinha nos estados do Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo.

BRS 2022 - híbrido duplo de ciclo precoce, indicado para as regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e estado do Paraná (Norte, Noroeste e Oeste do estado) para plantios na safra e safrinha. Apresenta baixo custo, apropriado para a agricultura de baixo investimento, alto potencial produtivo, excelente tolerância ao acamamento e ao quebramento, boa resistência a três doenças foliares (Ferrugem Polissora, Cercospora e Mancha Branca).

BRS 3035 - híbrido triplo de milho de ciclo superprecoce, indicado para as regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e estado do Paraná (Norte, Noroeste e Oeste do estado). Apresenta bom potencial produtivo, tolerância ao acamamento e quebramento, resistência a duas doenças foliares (Cercospora e Ferrugem Comum) e é mau hospedeiro de nematóide Meloidogyne javanica. É mais indicado para plantios de safrinha.

BRS Gorutuba - variedade de ciclo superprecoce indicada para regiões onde o período chuvoso pode não ser longo o suficiente para que as cultivares de ciclo precoce complete seu ciclo reprodutivo sem redução do potencial produtivo. Atinge o florescimento masculino 6 a 7 dias antes das variedades precoces e, até a maturação fisiológica, essa diferença pode chegar a 15 ou 20 dias. Pode também ser uma opção para regiões de grande potencial agrícola como a do Agreste nordestino, visando atender às exigências do zoneamento agrícola de risco climático em plantios tardios.

 






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