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Saúde
Sexta - 11 de Novembro de 2011 às 13:06

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Pesquisadores americanos e holandeses desenvolveram um programa de computador que identifica e interpreta eletronicamente a agressividade de tumores de mama.

O objetivo do sistema é reduzir os erros da análise feita por patologistas. É ela que determina o tratamento que será dado ao paciente.

O software, chamado C-Path (patologia computacional), foi "ensinado" a examinar imagens de biópsias e conseguiu identificar 6.642 características do tecido adiposo e conjuntivo e do epitélio (pele) da mama.

Desse total, 11 traços foram considerados mais relevantes para determinar se o câncer é de alto ou baixo risco.

O estudo, da Universidade Stanford, nos EUA, foi publicado no periódico "Science Translational Medicine".

No trabalho, foram analisadas imagens de 576 mulheres com câncer de mama que participaram de dois estudos diferentes, feitos na Holanda e em Vancouver, no Canadá.

Segundo o estudo, há mais de 80 anos a forma como é o prognóstico e diagnóstico de câncer de mama é a mesma: patologistas examinam os tumores no microscópio e classificam-nos.

Desde então, as mesmas três características histológicas (das células) são analisadas para verificar a agressividade do tumor: desenvolvimento de formações tubulares, anormalidade no núcleo da célula e frequência com que as células se dividem.

O diferencial do programa é que as características do câncer não foram predefinidas por um patologista.

Sozinho, ele procurou esses traços ligados ao câncer e identificou quais são mais relevantes para determinar o risco de morte da paciente nos próximos cinco anos.

De acordo com Max Mano, oncologista do Hospital Sírio-Libanês, o erros na classificação dos tumores e do risco de eles voltarem são um problema sério no mundo todo. "Há estudos mostrando que há discordância de 30% a 40% nos resultados em diferentes laboratórios."

Outros exames, já disponíveis na prática clínica, interpretam os tumores de forma menos subjetiva. Testes genômicos, por exemplo, avaliam os genes do tumor e conseguem fazer uma leitura mais precisa do tipo de câncer. Alguns deles custam cerca de US$ 4.000 (R$ 7.000).

FASE PRELIMINAR

O oncologista José Roberto Filassi, chefe do setor de mastologia do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira, afirma que um problema do estudo é o pequeno número de pessoas envolvidas.
"É uma boa ideia, mas o teste precisa ser provado e reproduzido em uma quantidade maior de mulheres."

O "olho eletrônico" ainda está em estudo e não deve ser comercializado tão cedo, segundo especialistas.

"Pela minha experiência, não acredito que esse teste possa ser usado clinicamente antes de dez anos. Essa é uma fase extremamente preliminar", afirma Mano.

Além disso, o médico afirma que muitos testes desenvolvidos em estudos não dão certo quando são repetidos em outros locais, pela complexidade do exame.  






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