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Agronegócios
Quinta - 19 de Janeiro de 2012 às 15:45

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O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) autorizou uma mudança no calendário de vacinação do rebanho bovino contra a febre aftosa em Mato Grosso. A partir deste ano, deixa de ser obrigatória a etapa destinada aos animais que estão nas propriedades na região de fronteira com a Bolívia. Estudos técnicos elaborados pelo Instituto de Defesa Agropecuária do estado (Indea), avalizaram a decisão do governo federal.

De três campanhas no ano para atingir os mais de 28 milhões de animais, o estado passa a contar apenas com duas: maio e novembro. A mobilização de fevereiro abria o calendário oficial e era válida para bovinos com até 12 meses das propriedades localizadas no raio de 15 quilômetros da fronteira dos municípios de Cáceres, Vila Bela da Santíssima Trindade e Porto Esperidião.

Em maio, o foco é atingir os animais de zero a 24 meses de todo estado, exceto do baixo pantanal. Em novembro, o rebanho com todas as idades. Ao G1, o Departamento de Saúde Animal (DSA) confirmou que a suspensão da fase de fevereiro foi permitida porque os "estudos de eficiência de imunidade demonstraram que a decisão não comprometeria o grau de proteção do rebanho daquela região".

De acordo com o DSA, não houve ainda "diferença estatística significativa em relação a bovinos da mesma idade de outras regiões do país que também são isentas de aplicar o complemento da vacina". As propriedades inseridas na faixa de fronteira entre o estado e Bolívia contam com um plantel superior a dois milhões de animais.

Para o setor produtivo estadual, a medida é bem-vinda, porque favorecerá a redução de custos e permitirá ao criador aplicar os recursos em outras ações de controle da sanidade. Mas tanto a Federação da Agricultura e Pecuária (Famato) quanto Associação dos Criadores (Acrimat) são unânimes em afirmar que a decisão não implicará em mudança de comportamento para o produtor rural.

“A medida é bem-vinda porque são dois fatores na balança. Um é que queremos a sanidade para atingir os mercados, mas também buscamos reduzir os custos. Uma vez que temos essa sanidade e que se tomou a decisão de suprimir a vacinação na fronteira, apoiamos a medida”, declarou o presidente da Famato, Rui Prado.

O dirigente diz que, para o setor, a retirada desta etapa só pode ser considerada positiva porque foi tomada a partir de estudos técnicos. “Sempre devemos nos pautar pelas indicações técnicas”, contextualizou Prado.

O entendimento é o mesmo do superintendente da Acrimat, Luciano Vacari. “Qualquer medida que interfira no controle sanitário de Mato Grosso deve ser tomada baseada única e exclusivamente em critérios técnicos. Se o Indea apresentou as análises solicitando essa alteração ao Mapa, e o ministério por sua vez autorizou a mudança, é sinal que o trabalho dos últimos anos foi bem feito. Por merecimento, o estado ganha esse benefício”, citou Vacari.

Mesmo com a suspensão da etapa de vacinação de fevereiro, as entidades e o governo federal falam em manter a fiscalização de fronteira e vigilância nas propriedades. “O que deve ser feito daqui para frente e cabe ao Indea é um sistema eficiente de controle e monitoramento. Isto porque o trabalho dos produtores vem sendo realizado. Temos consciência do que se fez nos últimos anos com a vacinação e o compromisso vai continuar nas duas outras etapas", considerou Vacari.

16 anos
No último dia 13, o estado completou 16 anos sem febre aftosa. O último caso do problema foi registrado no município de Colíder, a 648 quilômetros de Cuiabá, no ano de 1996. O estado detém o status de livre da doença mediante vacinação. A cadeia pecuária é considerada uma das bases econômicas no estado.

No ano passado, dos mais de US$ 10,9 bilhões exportados em diferentes produtos, US$ 871 milhões foram somente em carne bovina. O estado embarcou 178,4 mil toneladas do produto. Em 2010 os embarques totalizaram US$ 734,5 milhões, de acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).





Fonte: Do G1 MT

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