No município campeão brasileiro na produção de soja, o ritmo de colheita ainda é considerado tímido, conforme explica o presidente do Sindicato Rural, Laércio Lenz. Sorriso, distante 420 quilômetros de Cuiabá, destinou 610 mil hectares à oleaginosa nesta nova safra. "Tem bastante gente querendo colher, mas não está conseguido pois tem chovido muito", explicou.
A preocupação do produtor é que o excesso de chuvas prejudique a qualidade dos grãos. "Ainda não se ouve falar em perdas, mas muita chuva gera perdas por grão ardido e estraga a soja. A cada dia de atraso ela começa a perder peso e qualidade", expressou Lenz.
Ferrugem
Outro fator também deixa o produtor rural apreensivo é a ferrugem asiática. A doença alastrou-se pelas plantações do estado campeão brasileiro na produção da soja. Até a manhã desta segunda-feira (30), o estado contabilizava 66 casos confirmados da doença, o maior do país. Em Goiás, onde está concentrado o segundo maior total, foram 46 registros, segundo o consórcio Antiferrugem desenvolvido pela Embrapa em parcereria com outras entidades.
O gerente-técnico da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso, Nery Ribas, destaca que a doença provoca sérios danos na lavoura e representa perigos. "Nossa situação é a mesma, de monitoramento e atenção redobrada. Estão aumentando os casos e com dois agravantes. Um é natural, que é o clima e faz o residual [dos produtos aplicados] cair", alertou o representante.
Ribas diz que outro fator também preocupa a entidade e a utilização de doses inferiores às recomendadas para combater a ferrugem e também o uso de produtos cuja eficiência não é comprovada.
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