No mês passado, projetava-se baixa na produção de safrinha: 1,3%. Ou seja, eram estimados 7,1 milhões de toneladas neste ano, frente a 7,2 milhões de toneladas de 2010/11. Com o novo levantamento, a Conab elevou para 9,9 milhões de toneladas a estimativa de produção, o que pode fazer o estado ampliar em 36,6% o volume produzido com a safrinha.
Para o superintendente da Federação da Agricultura e Pecuária em Mato Grosso (Famato), Seneri Paludo, o crescimento esperado para o milho contribuirá para o estado elevar sua produção total, em quase 35 milhões de toneladas. O dirigente é otimista e diz que a unidade federada pode produzir mais que o esperado.
"Sem dúvida nenhuma pelo potencial que estamos vendo podemos ter uma produção que pode até suplantar a barreira de dez milhões de toneladas. A safrinha é boa para o produtor. Primeiro por conta da questão da rotação de cultura, segundo porque você otimiza os custos fixos e o terceiro porque é uma fonte de receita", declarou Seneri, ao G1.
Com a atualização nos levantamentos, os números da Conab igualaram-se à estimativa do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Ele apontava para uma produção na ordem de 9,8 milhões de toneladas. Na prática, o número coincidiu com o apresentado pela Conab. "Não temos dúvida", acrescentou Seneri, apostando na expansão da cultura do milho segunda safra no estado.
O plantio de milho em Mato Grosso que já começou, deve atingir 2,3 milhões de hectares em 2011/12, segundo a Conab, ou 28% a mais ante 2010/11 quando os agricultores mato-grossenses semearam em 1,8 milhão de hectares. Os números da área também assemelham-se ao elencado pelo Imea: 2,2 milhões de hectares, alta de 25,8%.
Mas para conseguirem alcançar esta meta, os produtores do estado vão precisar contar com a oferta de sementes e, na prática, já faltam algumas variedades. Mas isso não deve comprometer o cenário de alta, segundo Seneri Paludo.
Para o dirigente, o produtor deve estar à disposição do produtor as cultivares para plantar nos mais de dois milhões de hectares. "O que pode acontecer é ter uma entrega atrasada de semente, o que já está acontecendo", frisou Seneri.
Alta em outros estados
Em estados como Mato Grosso e Paraná, a semeadura da lavoura de milho da segunda safra começou a partir da segunda quinzena de janeiro e mais timidamente em Goiás, de acordo com a Conab.
O quinto levantamento da Companhia Nacional destaca ainda que "em todos os estados com expressão na produção da segunda safra, está previsto aumento considerável de área, ficando o Mato Grosso com o maior aumento, 28,5% da área correspondendo a 523,3 mil hectares".
No Paraná a área reservada à cultura deve ser 10,3% maior, em Goiás outros 6,9% e Mato Grosso do Sul 6,5%. "Com o aumento da área plantada na segunda safra, a semente de alta tecnologia está escassa e provavelmente os produtores terão que usar híbridos de baixa tecnologia para completar a semeadura", informou a Conab.
A justificativa para o aumento significativo da área de milho nos estados está associada, conforme à Conab, "à conjuntura atual", com preços atraentes e queda na produção no sul do país, como Rio Grande do Sul.
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