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Cidades
Quarta - 20 de Junho de 2012 às 11:24

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A utilização de dragas para a retirada de areia às margens do Rio Cuiabá, no município de Santo Antônio de Leverger, localizado a 35 km de Cuiabá, tem prejudicado a vida de muitos ribeirinhos que moram próximos ao rio e que dependem da pesca para subsistência. Os ribeirinhos reclamam que o acúmulo de lixo e poluentes, ocasionado pela diminuição da margem, tem prejudicado a venda de peixes e provocado vários danos ambientais na região.

Para os moradores, a região da Praia da Vereda sempre foi o cartão postal do município, atraindo muitos visitantes, e que a situação atual tem afastado os turistas. “Há quatro anos estava cheia essa praia, mesmo durante a semana. E hoje não tem mais ninguém, até por conta da profundeza das águas”, declarou o empresário Dionízio Lopes de Oliveira.

De acordo com a coordenadora de licenciamento ambiental da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), Sheila Klener, não há um estudo que comprove os danos causados aos peixes, e que a retirada de sedimentos é reposta pela natureza. “Quando a gente licencia, as empresas fazem projeto, e durante as vistorias realizadas pela Sema a área tem de estar igual ao projeto, caso contrário essa licença é cassada”, relatou.

Segundo o delegado titular da Delegacia estadual do Meio Ambiente (Dema), Carlos Cunha, apesar de a extração mineral não ser classificada como crime ambiental, diversos pontos de extração mineral irregulares na região já foram embargados. “À Delegacia compete somente apurar aqueles casos graves, que nós denominamos de crime ambiental. Então, para o efeito de aplicação da lei penal, nós encontramos irregularidade em apenas dois equipamentos, cujos empreendimentos foram embargados e os equipamentos utilizados foram todos apreendidos pela polícia”, enfatizou.

Além dos danos ambientais, os moradores também reclamam dos caminhões que transportam areias, e deixam rastros de poeira por onde passam. O vigilante Raí Antônio de Souza reclama que a casa dele sempre está cheia de terra. “Desse jeito não adianta nem lavar roupas. Eu trabalho à noite e quando tenho que descansar de dia, não tem jeito por causa do barulho intenso das carretas".

Em outros casos, a propagação de poeira causa problemas mais graves, como é o caso da dona de casa Marlene Martins Carneiro, cujo tratamento contra uma insuficiência pulmonar tem sido prejudicado. “Por causa da poeira, os remédios já pararam de fazer efeito. Antes eu tomava medicamento duas vezes ao dia e agora tenho que tomar várias vezes ao dia e sempre com falta de ar. Está muito difícil”, disse.

Os moradores falam ainda que os motoristas abusam da velocidade e que a estrada de escoamento de areia foi aberta no meio da mata ciliar. De acordo com o delegado Carlos Cunha, nenhuma das estradas abertas às margens do rio foi concebida sem autorização. Sobre a reclamação dos moradores em relação à poeira, a reportagem não obteve retorno da Prefeitura de Santo Antônio de Leverger para se posicionar sobre o caso.





Fonte: Do G1 MT

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