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Internacional
Sexta - 22 de Junho de 2012 às 19:52

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Manifestante chora ao saber do impeachment de Lugo nesta sexta-feira (22) em Assunção, capital do Paraguai (Foto: Amauri ArraisG1)
Manifestante chora ao saber do impeachment de Lugo nesta sexta-feira (22) em Assunção, capital do Paraguai (Foto: Amauri ArraisG1)

 O Senado do Paraguai condenou nesta sexta-feira (22) o presidente do país, Fernando Lugo, no processo político "relmpago" aberto contra ele na véspera e encarado pelo governo e pela comunidade de países sul-americanos como um golpe.

O placar pela condenação e pelo impeachment do socialista foi de 39 senadores contra 4, com 2 abstenções. Eram necessários dois terços dos votos dos senadores para confirmar o afastamento.

A Constituição prevê que ele seja afastado imediatamente e que o vice-presidente, Federico Franco, cujo partido recém rompeu com o governo, assuma o cargo e o cumpra até o fim do mandato.

A notícia do impeachment foi recebida sob protesto por manifestantes que ocupavam a praça em frente ao Congresso e que consideraram que houve, na verdade, um golpe contra o presidente.

Manifestantes após o anúncio do impeachment de Lugo nesta sexta-feira (22) em Assunção (Foto: Reprodução)
Manifestantes após o anúncio do impeachment de Lugo nesta sexta-feira (22) em Assunção (Foto: Reprodução)

Lugo, acusado de "mau desempenho de suas funções" pelo parlamento dominado pela oposição, decidiu não comparecer ao julgamento e apenas enviou sua equipe de cinco advogados para apresentar sua defesa.

Eles pediram, em vão, a retirada das condenações e argumentaram que não houve tempo suficiente para a defesa.

Chegou-se a anunciar que Lugo marcharia rumo ao Congresso junto com seus ministros, mas isso não se confirmou e ele acompanhou tudo do palácio presidencial, a 200 metros dali.

Ele recebeu a visita da comissão de chanceleres da Unasul (União de Nações Sul-Americanas), que condenou a atitude do Congresso.

A presidente Dilma Rousseff, no Rio, tambem apelou, em vão, por uma solução negociada para a crise.

O ministro de Finanças de Lugo, Dionisio Borda, disse que não ir ao Congresso foi uma "decisão pessoal" de Lugo, que considerou o processo contra si "inconstitucional".

Ricardo Canese, secretário-geral da Frente Guasu, aliança de partidos que elegeu o presidente, disse que o grupo iria convocar manifestações pacíficas em todo o país e uma paralisação geral caso o impeachmente fosse aprovado.

Recurso à Suprema Corte
Mais cedo, Lugo apresentou uma ação de inconstitucionalidade à Suprema Corte de Justiça do país contra o julgamento .

"O presidente reclama mais tempo para defesa", afirmou um porta-voz à imprensa, poucas horas antes do início do julgamento, que foi interpretado como um "golpe de estado branco" pela comunidade latino-americana.

Lugo protestava contra o que considera o "rito sumário" em seu julgamento. Ele afirmou que iria acatar qualquer decisão do Congresso, mas que iria lutar contra sua possível deposição em "outras instâncias".

Senado do Paraguai debate nesta sexta-feira (22) a possibilidade de impeachment de Fernando Lugo (Foto: AFP)
Senado do Paraguai debate nesta sexta-feira (22) a possibilidade de impeachment de Fernando Lugo (Foto: AFP)

 





Fonte: Do G1

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