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Polícia
Terça - 03 de Julho de 2012 às 17:12

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MidiaNews
Delegada Anaíde Barros, que é acusada de crimes de peculato e corrupção passiva
Delegada Anaíde Barros, que é acusada de crimes de peculato e corrupção passiva

A delegada da Polícia Civil, Anaíde de Barros, será ré em uma audiência de pronúncia e julgamento, na Terceira Vara Criminal, da Comarca de Rondonópolis (212 km ao Sul de Cuiabá).

A audiência está marcada para as 16h30 desta terça-feira (3). Anaíde é lotada, atualmente, na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na Capital.

O Ministério Público Estadual (MPE) ofereceu denúncia contra a delegada e mais 14 pessoas, em 2006. Pesa contra a policial a acusação da prática dos crimes de peculato, corrupção passiva, incitação ao crime e concurso de pessoas.

Consta na denúncia do MPE, a que o MidiaNews teve acesso, que Anaíde, agentes, delegados e advogados foram alvos de uma investigação da Polícia Federal que durou um ano e quatro meses.

Operação Overlord

A Operação Overlord foi realizada por policiais federais, com o acompanhamento da Corregedoria da Polícia Civil de Mato Grosso.

A meta era investigar indícios da prática de crimes de concussão, prevaricação, corrupção ativa e passiva, abuso de autoridade, formação de quadrilha e associação com o tráfico de drogas.

Os agentes da Polícia Civil eram suspeitos de atuar em parceria com uma quadrilha de traficantes em Rondonópolis.

Entre os investigados, foram presos o juiz aposentado Pedro Pereira Campos Filho e quatro delegados: Anaíde Santos de Souza, Antônio Moura Filho, Eduardo César Gomes da Silva e Maurício Braga.

Escutas telefônicas

Segundo a denúncia no Ministério Público as escutas telefônicas revelaram que os advogados falavam abertamente com o juiz sobre o relaxamento de penas, e também com os delegados, sobre o suposto pagamento de propinas.

Em conversas gravadas, a delegada Anaíde Barros – que dirigia a Distrital e Vila Operária, em Rondonópolis, e seria remanejada para a Delegacia da Mulher, em Cuiabá, - negociaria os pagamentos das propinas.

Ela se referia ao dinheiro como o “meu vale cimento”, ou “1.5”, segundo o delegado federal Alessandro Biegas, que coordenou as investigações na época.

Inquéritos combinados

A denúncia do MPE lembra que a investigação policial mostrou que,  por meio de escutas telefônicas,  policiais e advogados combinariam como fazer o flagrante de um preso, de modo a deixar brechas.

O preço para a liberação de um traficante era de R$ 1 mil, em média.

A PF apontou que os inquéritos eram "propositalmente mal instruídos, de modo a permitir a soltura dos acusados pela Justiça".

O superintendente da PF, na época da operação, Geraldo Pereira, durante as investigações, revelou que boa parte da força policial de Rondonópolis teria sido cooptada pelos traficantes. 

Absolvições

Em fevereiro deste ano, o juiz titular da 2ª e 3ª Varas Criminais de Rondonópolis, Marcos Faleiros da Silva, absolveu o juiz Campos Filho da acusação de crimes de corrupção passiva majorada e lavagem de dinheiro.

Outras duas sentenças foram anunciadas e os delegados Maurício Braga e Eduardo Cesar Gomes da Silva, também foram absolvidos, eles estão aposentandos.

Os advogados Marco Antônio Chagas Ribeiro, João Batista Borges Junior, o então assistente de advogado Welly Fagner Rodrigues Lima Cavalcante, e ainda Edimar José Cordeiro, Gilberto Antônio Cordeiro, Tatiane Pereira de Oliveira e Maria Aparecida da Silva, também foram absolvidos.

Todos foram beneficiados com a nulidade das interceptações telefônicas.

Outro lado

MidiaNews tentou contato com a delegada Anaíde Barros, mas ela não não atendeu às ligações para seu telefone celular. A reportagem procurou também a Diretoria Geral de Polícia Judiciária Civil que, por meio da assessoria de imprensa, afirmou que não iria se posicionar.
 






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