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Cidades
Domingo - 22 de Julho de 2012 às 19:48

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As 48 famílias carentes que foram retiradas de um terreno no bairro Parque Humaitá 1, na região do Coxipó em Cuiabá, em uma violenta reintegração de posse feita pela Polícia Militar, estão alojadas há dez dias em um salão de uma igreja evangélica localizada próxima ao local onde eles viveram por mais de um ano. O caso se tornou polêmico porque a reintegração deixou os moradores, inclusive crianças, feridos por disparos de balas de borracha feitos por policiais militares.

Os moradores já conseguiram no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT), em caráter liminar, o direito de retornar ao local, mas ainda não voltaram. O vendedor Vagner Santos, representante dos moradores, disse que eles estão aguardam uma definição final do caso.

Outro motivo para permanência deles no salão da igreja é o fato de as 12 casas de alvenaria e os 10 barracos de lona, onde viviam as famílias, terem sido derrubados no dia 12 deste mês durante a reintegração de posse.

Tratores derrubaram casas em loteamento em Cuiabá (Foto: Assessoria/Defensoria Pública)
Tratores derrubaram casas em loteamento em Cuiabá (Foto: Assessoria/Defensoria Pública)


De acordo com a Defensoria Pública do Estado, um planejamento com a divisão dos lotes, ruas e equipamentos comunitários será apresentado para iniciar o processo de desapropriação da área. Ainda segundo a defensoria, os lotes serão suficientes para abrigar as famílias. O estudo deve ser entregue ao governo do estado ainda nesta semana. "Nós não temos condições de construir nossas casas. Somos famílias carentes", comentou o morador.

Truculência
O caso se tornou polêmico porque os moradores alegam que houve truculência por parte da Polícia Militar, que também foi criticada pela Defensoria Pública do Estado, autora na ação na Justiça. Durante o confronto, 15 pessoas ficaram feridas no local. Após o fato, o comandante geral da PM, coronel Osmar Lino Farias, determinou o afastamento das funções do comando do 9º Batalhão, o oficial Rhaygino Sarly Rodrigues Setúbal, por conta das supostas arbitrariedades cometidas.

Enquanto o impasse não é resolvido, os moradores vivem de doações. Vagner Santos explicou que o governo do estado de Mato Grosso tem doado colchões, cobertores e alimentos básicos e uma empresa privada, por meio de um programa social, tem ajudado doando produtos de higiene pessoal e também alimentos.

No entanto, muitos moradores reclamam da situação que vivem atualmente. Na igreja, são apenas dois banheiros para cerca de 150 pessoas, entre adultos e crianças. Além disso, nos sanitários não tem nem ao menos chuveiro."As famílias estão morando em um local quente. É difícil. Estamos tomando banho no balde", criticou o morador.





Fonte: Do G1 MT

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