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Cidades
Sexta - 27 de Julho de 2012 às 22:20

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Um levantamento realizado pela Defensoria Pública revela que, no período de janeiro a junho de 2012, mais de 200 ações judiciais na área de saúde foram ingressadas na Justiça pela população para garantir tratamentos e cirurgias de alta complexidade em Cuiabá. Apesar do aumento da demanda judicial, muitos pacientes ainda têm de aguardar meses na fila de espera para conseguir uma cirurgia.

É o caso da dona de casa Eliane dos Santos Rondon, que teve de recorrer à Justiça para ser operada, e trocar a válvula que regulariza as batidas do seu coração. Há cinco dias, uma liminar foi concedida, mas somente nesta quinta-feira (26) ela conseguiu ser transferida para o Hospital Geral Universitário (HGU), na capital.

“Fiquei um mês esperando por esta cirurgia. Depois que entrei com a liminar, tive que esperar por dias até conseguir ser transferida. Graças a Deus minha cirurgia foi marcada para segunda-feira (30), o que mais quero é voltar para casa”, contou Eliane.

Já a vendedora Graciele Alves de Oliveira disse que aguarda uma decisão na Justiça que pede a transferência de sua filha recém-nascida para a realização de uma cirurgia cardíaca, em um hospital especializado em Curitiba (PR). O bebê, de apenas 16 dias, está internado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) há cinco dias no HGU. “O médico deu 48h de vida para minha filha e não sei o que fazer”, desabafou a mãe, com medo de perder a filha.

De acordo com o secretário adjunto de Saúde de Cuiabá, Haurk Douglas Corrêa, as cirurgias cardíacas lideram a lista de pedidos. Ele disse que em média 40 cirurgias são realizadas mensalmente na capital. “Durante o ano, o estado de Mato Grosso tem investido mais de 25% do seu orçamento na área da saúde. O que não tem sido o suficiente pelo aumento na demanda por cirurgias, principalmente em Cuiabá, que recebe pacientes de todo o estado e até da Bolívia”, afirmou o secretário.

Apesar do investimento anual de R$ 125 milhões ao ano, repassados pelo Ministério da Saúde para o estado, a Secretaria de Saúde afirma que a falta de estrutura ainda é a causa principal da demora nos atendimentos. “Existe um déficit no número de vagas que será suprido com o aumento no número de leitos nos próximos meses”, explicou o secretário.

Conforme o defensor público Cláudio Aparecido Souto, caso não haja cumprimento das liminares, a Justiça pode pedir o bloqueio das contas públicas ou até a prisão do secretário estadual de Saúde. ""A população precisa estar ciente de que existe a Defensoria Pública para os casos urgentes de saúde e procurar os seus direitos"", pontuou.

No caso do bebê que ainda aguarda cirurgia no hospital geral, a Secretaria de Saúde informou que já busca no sistema único de saúde uma vaga para interná-lo em algum hospital particular fora de Mato Grosso. No entanto, até o fechamento desta matéria não recebeu abertura de vaga para encaminhar a menina, mesmo o caso sendo tratado com urgência.






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