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Cidades
Quinta - 28 de Novembro de 2013 às 18:49

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 “Estou sofrendo por ver meu neto recluso e vou tentar de tudo para que a pena dele seja alternativa”. Essa é a esperança do médico anestesista José Pinheiro Coelho Filho, 60, que é avô do adolescente de 14 que atropelou e matou um servidor da secretaria de Fazenda e atingiu outras duas pessoas na Avenida Miguel Sutil, em Cuiabá.
 
O caso chocou Mato Grosso. O menor pegou o veículo Hyundai IX-35 escondido da garagem do avô e saiu na companhia de outros dois colegas e próximo ao Viaduto do Despraiado perdeu o controle do veículo e atropelou três pessoas, sendo que um morreu na hora e outros dois ficaram feridos e tiveram de ser medicados. 
 
Pinheiro Filho contou que em sua casa têm dois carros. “Eu por ser médico anestesista tenho pouco para ficar em casa e por isso minha esposa tem um carro, que antes era pra cuidar dos filhos, hoje é para atender e sair com os netos. No dia do acontecido, minha esposa estava tomando banho e eu estava trabalhando. Quando me ligaram achei que era uma brincadeira, mas passei pelo local do acidente e não acreditei no que vi”, desabafou o avô. 
 
“Eu perguntei pro meu neto o porquê daquilo tudo e ele me disse que tinha sido um acidente e que perdeu o controle do veículo. É um acidente, poderia ter acontecido com qualquer um. Meu neto mora comigo desde que nasceu, nunca fez isso. Nunca usou droga e nem bebeu. Ele está bastante abatido e arrependido. Nesse momento, eu estou fazendo de tudo para tira-lo daqui”, contou o anestesista. 
 
Por enquanto o menor está detido em uma cela especial na Delegacia da Especializada da Criança e do Adolescente. Pinheiro confirmou que está sem ver o neto desde o dia do atropelamento. “Ele está internado neste momento longe de traficantes, ladrões e outros criminosos, por isso estamos fazendo de tudo para que a justiça decida por uma pena alternativa, por ele ser adolescente, réu primário e ter residência fixa. Estou fazendo o que qualquer um faria por seu familiar. Ele causou um acidente por irresponsabilidade, mas saiu de casa sem intensão de matar ninguém”, afirmou o médico.
 
Pinheiro, com a voz embargada e bastante emocionado, contou que não dorme desde o dia do acidente e um dia após a fatalidade procurou a família do Enéas, morto na hora com a colisão. “Eu fui até a esposa do Enéas e pelo momento, entendi a forma que ela me recebeu. Eu já a conhecia, porém ela está lutando para manter meu neto preso e eu para tira-lo daqui”, disse o avô que está passando praticando todo o dia na Delegacia. 
 
O médico contou que está dando apoio por conta de suas amizades ao paciente Rafael, que hoje está internado no Santa Helena e deverá acompanhar o caso de perto, caso precise de mais algum tipo de ajuda. “O que eu puder fazer pra ajudar, eu vou fazer, mesmo sabendo que algumas coisas não voltam mais, como a vida do Enéias”. 
 
O neto do anestesista, assim que deixar o centro de reclusão deve permanecer em Cuiabá. “Meu neto é cuiabano e aquilo ele vai permanecer. Os pais deles são daqui e eu vou seguir tudo que a justiça mandar. Porém por muito tempo a vida dele será da escola pra casa e de casa para a escola”, finalizou o médico Pinheiro Filho.





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