Arenápolis News - arenapolisnews.com.br
Ciência
Quinta - 11 de Outubro de 2012 às 15:28

    Imprimir


Estudos anteriores já indicavam que o gigantesco asteroide Vesta, o segundo maior do Sistema Solar (ou maior, já que Ceres é considerado um planeta-anão pela União Astronômica Internacional), teve nos seus primórdios um campo magnético, algo que hoje pode ser exclusivo de alguns planetas. Agora, um meteorito encontrado na Antártida e que teria partido de Vesta contém fortes indícios de que a pedra de 500 km já teve esse campo, o que pode dar fim à discussão. O estudo foi divulgado nesta quinta-feira na Science.

Imagem do asteróide Vesta, tirada pela sonda Dawn, é parte de uma sequência caracterizada feita em julho de 2011, a uma distância de 5,2 mil km. Foto: Nasa/Divulgação

Imagem do asteróide Vesta, tirada pela sonda Dawn, é parte de uma sequência caracterizada feita em julho de 2011, a uma distância de 5,2 mil km
Foto: Nasa/Divulgação

Os cientistas acreditam que Vesta teve um núcleo de metal líquido que, ao se movimentar, funcionava como um dínamo e criava um campo magnético, assim como acredita-se que ocorre hoje na Terra. No nosso planeta, ele serve como um escudo protetor contra os perigosos raios vindos do espaço, em especial do Sol. O menor corpo do Sistema Solar que ainda tem esse dínamo ativo é Mercúrio.

Pesquisas anteriores acharam em meteoritos vindos do asteroide indícios da presença de um campo magnético, mas não foram considerados conclusivos devido ao material de que eram constituídos. Agora, um estudo de um meteorito encontrado em 1981 na Antártida pode colocar um ponto final nessa discussão. Segundo pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachussets (MIT), das Universidades de Harvard, Berkeley (estes três nos Estados Unidos) e Aix-Marseille (França), essa pedra contêm "excelentes propriedades de gravação magnética".

Os pesquisadores acreditam que o meteorito veio de Vesta devido à sua "assinatura" particular de isótopos de oxigênio. Os cristais do meteorito indicam que esse campo magnético se formou há cerca de 3,69 bilhões de anos, nos primórdios do Sistema Solar (dados recentes da sonda Dawn indicam que Vesta foi um planeta que parou seu desenvolvimento no meio do caminho).

O artigo afirma que Vesta ainda deve ter campos magnéticos menores em sua crosta "porque eventos de impacto dificilmente desmagnetizariam toda a superfície". A sonda Dawn, infelizmente, não tinha instrumentos para medir um possível campo magnético no local. Segundo os autores, o estudo pode ajudar a entender como a Terra e os outros planetas rochosos se formaram.

"Acredita-se que os planetas como a Terra se formaram do sucessivo crescimento e acreção de objetos protoplanetários com menos de 1 mil km de diâmetro. Uma fração desses protoplanetas sobreviveram na atualidade e incluem Vesta, o segundo asteroide mais massivo. Em particular, a alta densidade de Vesta, a crosta basáltica primordial e o grande tamanho indicam que ele é um remanescente intacto do início do Sistema Solar que escapou de eventos de colisão catastróficos. Vesta, portanto, provê uma oportunidade para caracterizar os blocos de construção dos planetas rochosos", diz o artigo.





Fonte: Terra

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://arenapolisnews.com.br/noticia/28905/visualizar/