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Nacional
Quarta - 24 de Outubro de 2012 às 20:57

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O médico Paulo Roberto Pittol, que atropelou mãe e filha no último domingo (21), em Vitória, foi solto no início da noite desta quarta-feira (24). A soltura foi concedida pela Justiça do Espírito Santo após o psiquiatra dar como garantia um imóvel para o pagamento da fiança de R$ 274 mil, estipulada pelo juiz Marcelo Loureiro nesta terça-feira (23). "Foi bom o momento para refletir sobre a vida. Minha preocupação agora é com as vítimas", disse o médico em entrevista à TV Gazeta no momento em que deixava a prisão.

Sobre a suspeita de ter ingerido bebida alcoólica antes do atropelamento, Pittol afirmou ser inocente. "Estou sofrendo muito, estou triste, depressivo, angustiado, mas vou provar minha inocência", declarou o médico. "Eu sou inocente, tudo isso vai ser esclarecido", frisou. A respeito das vítimas, o psiquiatra lamentou o ocorrido. "Pretendo pedir perdão, mas também fui vítima do acidente. Fiquei muito atordoado e chocado", disse Pittol. "Esse dinheiro, já que é para as vítimas, acho que deve ser pago", falou, sobre a fiança de R$ 274 mil definida pela Justiça. O juiz Marcelo Loureiro também mandou suspender a carteira de habilitação do médico.

Prisão
O médico estava preso desde o dia do atropelamento, ocorrido na Avenida Nossa Senhora da Penha, em Vitória. De acordo com o delegado Fabiano Contarato, titular da Delegacia de Crime e Delitos de Trânsito, os depoimentos das testemunhas confirmaram que o detido estava embriagado enquanto dirigia. Ele se recusou a fazer o teste do bafômetro.

As vítimas permanecem internadas em estado grave, em dois hospitais da capital. Karine Pereira de Jesus, de seis anos, está no Hospital Infantil de Vitória. A informação do pai, Alexandro de Jesus, é de que a menina teve traumatismo craniano. O impacto do acidente também atingiu o fígado e o rim. O pai ainda explicou que a filha já abriu os olhos e mexe os membros, mas por estar muito agitada, os médicos continuam mantendo os sedativos.

A mãe, Elizângela Pereira, também teve traumatismo carianiano. Ela está com um coágulo no lado direito da cabeça e continua em coma induzido, se alimentando por meio de sonda e respirando com a ajuda de aparelhos.

Testemunhas
O delegado ouviu o depoimento de três testemunhas que viram o acidente, nesta terça-feira (23), o que contribuiu para que ele se convencesse de que o médico estava alcoolizado. “O primeiro choque foi na pilastra. Em fração de segundos, vi o carro entrando na loja. Vi que tinha uma criança e uma senhora na calçada”, disse. Foi o taxista que impediu que o médico fosse espancado por populares. “Observei que as pessoas estavam exaltadas. Não acho justo agredir uma pessoa sem provas. Até aquele momento, ninguém sabia que ele havia bebido”, contou o taxista Rui Paulo Joaquim.

Outras duas pessoas foram espontaneamente até a delegacia e foram ouvidas. De acordo com o delegado, elas estavam indignadas com o comportamento do médico, que, segundo as testemunhas, andava cambaleando, falando palavrões, agressivo e descontrolado. “Essa foi a percepção delas sobre o indiciado. Isso está comprovado. Não preciso de provas técnicas para saber que ele estava embriagado”, disse Contarato.

Câmera flagrou momento que médico joga fora uma garrafa de cerveja, após atropelar mãe e filha, no Espírito Santo (Foto: Reprodução/TV Gazeta)
Câmera flagrou momento que médico joga fora uma garrafa de cerveja, após atropelar mãe e filha, no Espírito Santo (Foto: Reprodução/TV Gazeta)

Entenda o caso
O psiquiatra Paulo Roberto Pittol perdeu o controle da direção do veículo, invadiu a calçada e atropelou mãe e filha de seis anos, em Vitória, na tarde de domingo (21). Apesar de afirmar à polícia que não havia ingerido bebidas alcoólicas, o médico se recusou a fazer o teste do bafômetro e foi flagrado, por uma câmera de videomonitoramento, jogando fora uma garrafa de cerveja após o atropelamento, informação confirmada pelo delegado Fabiano Contarato.

O pai e esposo das vítimas, Alexandro Rosa de Jesus, contou que as vítimas estavam voltando de uma comemoração na casa dos patrões da esposa. "Elas nem chegaram ao ponto de ônibus, foram atropeladas antes disso. Minha esposa trabalha em casa de família e tinha ido lá para fazer um almoço que a patroa estava oferecendo para amigos. Ela e minha filha também tinham sido convidadas a participar", disse o pai em entrevista ao G1 por telefone, nesta terça (23).

Para o delegado Fabiano Contarato, não há dúvidas de que o psiquiatra estará alcoolizado. “Todos nós estamos sujeitos a se envolver em um acidente de trânsito. Agora, o que falar quando um motorista que, deliberadamente, faz uso de bebida alcoólica, dirige veículo que tem uma potência ofensiva, atinge um pedestre que tem prioridade e iniciava a travessia na faixa de pedestres e que se preocupa em desfazer de uma garrafa de bebida alcoólica? Isso não é um mero acidente", disse.





Fonte: Do G1 ES

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