Rede Cemat já tem comprador e intervenção pode acabar em 6 meses

Dentro de seis meses o processo de intervenção da Rede Cemat deve ser findado com a concretização de sua venda, revelou o do interventor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) nas Centrais Elétricas Mato-grossenses (Cemat), Jaconias Aguiar, ao revelar que as empresas CPFL e Equatorial já possuem um protocolo de preferência assinado pelo atual controlador para aquisição.

“O grupo assinou protocolo de prioridade com essas empresas, mas é evidente que agora com a recuperação judicial, lá na assembleia dos credores, pode haver propostas de aquisição diferentes daqueles para os quais já foi dada a prioridade”, esclareceu.

Embora Mato Grosso tenha o maior índice de imposto tributado sobre a energia (ICMS), a Cemat Rede acumula dívida de R$ 1,723 bilhão, sendo R$ 792 milhões de longo prazo. A empresa tem 1,14 milhão de consumidores.

O novo controlador deverá injetar recursos na ordem de R$ 773 milhões – dos quais R$ 205 milhões iriam somente para a Rede Cemat – em todas as concessionárias, que serão suficientes para que as empresas voltem à situação de adimplência, aumentando o Capital e quitando, imediatamente, suas dívidas externas e entre empresas do próprio grupo.

Além da maior parte da dívida (46%) ser de prazo longo, as dívidas estão distribuídas em R$ 384 milhões de curto prazo (12 meses para saldar), R$ 280 milhões com tributos federais.

No valor devedor está ainda os R$ 267 milhões de encargos do setor elétrico, taxas pagas pela empresa para o governo federal. O montante foi responsável pela não aplicação do reajuste da tarifa de 2,62% autorizado pela Aneel em abril deste ano e que começou a vigorar em agosto.

Pela não aplicação imediata do reajuste tarifário concedido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em abril, devido à Cemat Rede estar inadimplente com encargos do setor elétrico com o governo federal, o impacto do custo da energia para o consumidor foi de 9,54%.