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Agronegócios
Terça - 08 de Janeiro de 2013 às 19:27
Por: Roberto Samora

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A colheita de café do Brasil deste ano tem potencial de apresentar um crescimento de até 10 por cento ante 2011, quando o país colheu a sua última safra de baixa do ciclo bianual, apontaram nesta terça-feira representantes de cafeicultores em importantes regiões do maior país produtor da commodity.

 

A avaliação foi feita pelas cooperativas Cooxupé, Cooparaiso e Expocaccer, em Minas Gerais, Estado que produz a maior parte do café arábica do país, e pelo órgão estadual do setor no Espírito Santo, que responde pela maioria da produção do robusta nacional. Mineiros e capixabas colheram mais de três quartos da safra total brasileira em 2012, segundo dados do governo.

 

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulga na quarta-feira a sua primeira estimativa para a safra do ano comercial 2013/14, com colheita a ser iniciada nos próximos meses.

 

No último ano de baixa da produção, em 2011, o Brasil colheu 43,5 milhões de sacas de 60 kg. Em 2012, um ano de alta produção no ciclo bianual dos cafezais, a produção atingiu um recorde de 50,8 milhões de sacas, segundo a Conab.

 

"Em termos de clima, correu de uma forma normal, por isso a produção melhora um pouco ante 2011. Exceto em casos pontuais de chuva de pedra, não houve fatores climáticos", disse Paulo Sérgio Elias, superintendente da área de recebimento e relacionamento com cooperado da Cooparaiso, com sede em São Sebastião do Paraíso, no sul de Minas Gerais.

 

A Cooparaiso estima que a produção em sua área de abrangência poderá ficar em um intervalo de 4,47 milhões a 4,75 milhões de sacas, contra 4,4 milhões de sacas em 2011, uma alta de 8 por cento considerando a melhor perspectiva.

 

Na comparação com a safra do ano passado, a produção cairá cerca de 16 por cento, mas isso é uma redução menor do que era registrada anteriormente entre um ano de alta e um de baixa, uma vez que produtores estão renovando os cafezais, diminuindo o efeito da sazonalidade, disse Elias.

 

O superintendente, entretanto, afirmou que a falta de chuva de dezembro ainda não foi mensurada na previsão feita pela Cooparaiso.

 

Produtores de importantes áreas de café do Brasil, especialmente nas regiões da variedade arábica, registraram chuvas abaixo da média no mês passado.

 

"Essa escassez de chuva em dezembro... vamos perceber os efeitos em janeiro, no segundo levantamento", disse ele.

 

Já a Cooxupé, maior cooperativa de café do Brasil, com sede em Guaxupé, também no sul de Minas, prevê um crescimento de 10,7 por cento na produção de sua área de abrangência em relação a 2011, para 7,23 milhões de sacas. Mas esse volume representa uma redução de 25 por cento ante a temporada de 2012.

 

Consultada nesta terça-feira, a Cooxupé disse por meio de sua assessoria de imprensa que não mudou sua previsão divulgada ao final de novembro de 2012.

 

A Cooperativa dos Cafeicultores do Cerrado (Expocaccer) mineiro avalia que a produção poderá crescer 10 por cento em sua área de atuação na comparação com 2011, mas terá uma queda de 30 por cento em relação a 2012.

 

O Cerrado mineiro respondeu por uma produção de 6,2 milhões da sacas em 2012, enquanto a área de abrangência da Expocaccer colheu cerca de um terço desse volume.

 

"Essa queda é oriunda da bianualidade, especialmente nas áreas não-irrigadas, as plantas estiveram sobrecarregadas em 2012... mas também porque as chuvas estiveram 25 por cento abaixo do volume histórico entre o início de outubro e dezembro", afirmou Sergio Geraldo Dornelas, superintendente da Expocaccer.

 

Segundo ele, a queda ante 2012 ficou um pouco mais acentuada por causa da escassez de chuvas, embora 35 por cento das áreas sejam irrigadas no Cerrado mineiro.

 

ESPÍRITO SANTO

 

No Espírito Santo, segundo Estado produtor de café do Brasil atrás de Minas, mas com produção predominante da variedade robusta, a expectativa é de uma estabilidade da safra desse tipo de grão, também chamado conilon.

 

"Temos expectativa para 2013/14 de 9,5 milhões de sacas, ela caminha para ser igual a última safra colhida (de robusta)", disse o diretor-presidente do Incaper (Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural), Evair Vieira de Melo.

 

Ele observou que está havendo uma renovação dos cafezais a uma taxa de cerca de 10 por cento da área ao ano, o que explica a manutenção da produção apesar dos ganhos de produtividades recentes.

 

No caso da produção de café arábica do Espírito Santo, a safra vai aumentar 15 por cento ante 2012, para 3,3 milhões de sacas, fruto de um programa de renovação. Além disso, também por questões climáticas, o Estado tem ido "na contramão do Brasil" no que diz respeito à bianualidade, disse o especialista.





Fonte: Reuters

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