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Ciência
Quinta - 19 de Dezembro de 2013 às 07:18

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 Pacientes com anorexia ou bulimia que receberam estimulação magnética cerebral não invasiva experimentaram alívio de sua compulsão alimentar e problemas de comportamento.


 
Os médicos usaram a estimulação magnética transcraniana repetitiva (EMTr) em 20 pacientes com casos arraigados de anorexia ou bulimia. O tratamento resultou numa melhora substancial dos sintomas em mais da metade do grupo. Conseguimos uma redução de 50% no comportamento compulsivo", disse o autor do estudo, Jonathan Downar, do departamento de psiquiatria da University Health Network, em Toronto (Canada). "Alguns dos pacientes já havia tentado de tudo para controlar seu transtorno alimentar, sem sucesso. Então, o que nós estamos falando é completamente sem precedentes".


 
A noção de que a estimulação do cérebro poderia funcionar para estes pacientes surgiu quase por acidente, após um tratamento de depressão. Foi um caso em particular, atendido em 2011, que apontou o caminho. Uma paciente com diagnóstico de depressão e bulimia conseguiu superar quase completamente as duas condições, depois de apenas duas semanas de estimulação cerebral.


 
Neste último estudo, 20 pacientes que sofriam de anorexia ou bulimia receberam sessões de 45 minutos de estimulação do cérebro, por 20 vezes, ao longo de um período de quatro a seis semanas (a um custo de cerca de US $ 6 mil). O estímulo foi direcionado para a região do cérebro considerada crítica na execução do auto-controle com relação a pensamentos, emoções e comportamentos.


 
O resultado foi uma maior atividade nas regiões-alvo resultando em uma queda de 50% na compulsão alimentar e problemas comportamentais entre quase metade dos pacientes, outro terço do grupo estudado teve uma diminuição de pelo menos 80% destes problemas e, em alguns casos, os comportamentos desapareceram completamente.


 
As varreduras do cérebro indicaram que os pacientes que responderam ao tratamento podem ter diferentes padrões de atividade cerebral do que aqueles que não o fizeram. "Os integrantes do grupo que responderam bem à estimulação cerebral mostraram uma falta de conexão entre a parte do cérebro responsável por conter os impulsos e desejos e o área de regulação. A estimulação desta área ajudou a refazer estas ligações perdidas", explicou o pesquisador.


 
"Já os pacientes que não responderam à estimulação pareciam não ter mais conexões com o circuito regulador. Desta forma, a estimulação não surtiu resultados. Acreditamos que se mudarmos o alvo do estímulo para esses pacientes, para inibir em vez de estimular, poderemos, finalmente, ser capazes de ajudar mesmo esta outra parcela do grupo", completou Downar.


 
O resultado da pesquisa foi apresentado, nesta terça-feira (12), na reunião anual da Society for Neuroscience, em San Diego.





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