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Nacional
Terça - 26 de Fevereiro de 2013 às 06:22

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O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou nesta segunda-feira (25) que as mortes registradas na UTI geral do Hospital Evangélico, em Curitiba, são "caso de polícia" e defendeu a punição dos responsáveis.

"O ministério vê como caso de polícia, não de saúde. Quando se tornou público, o ministério colocou um auditor do SUS para outras investigações que possam acontecer. Acreditamos na apuração que a polícia está realizando. Tem que ser punido veementemente qualquer responsável", disse o ministro durante encontro para a divulgação de dados sobre a dengue no país.

A médica Virgínia Soares foi presa na terça-feira (19), em uma operação da Polícia Civil, que investiga as mortes na UTI do hospital, o segundo maior da capital paranaense.

Trechos de gravações do depoimento prestado pela médica, indiciada por homicídio qualificado pela morte de pacientes da UTI foram obtidos com exclusividade pela RPC TV. Nas transcrições, ela afirma que foi mal interpretada por falas como "Quero desentulhar a UTI que está me dando coceira". A frase teria sido dita pela médica, mas a origem da gravação não foi informada pela polícia.

O advogado de defesa Elias Mattar Assad disse que não há provas contra a médica. "Nas várias certidões de óbito de pessoas que teriam morrido, nenhum dos atestados foi firmado pela minha cliente. Todos as certidões também tinham laudos do IML atestando as mortes como sendo ou de causas acidentais ou naturais".

Além da médica Vírgínia, outros três médicos suspeitos de envolvimento no caso foram presos temporariamente pela Polícia Civil no sábado (23). Dois deles são anestesistas.

Nesta segunda-feira, uma enfermeira, que também é suspeita de envolvimento no caso, se apresentou à Polícia Civil. Ela estava foragida desde sábaado, quando foram expedidos os mandados contra os médicos que foram presos. A mulher deve continuar presa após ser ouvida pela delegada que investiga o caso.

Em entrevista exclusiva ao Fantástico, os médicos presos temporariamente negaram as acusações. “Sou médico honesto, dei tudo de mim para o tratamento dos pacientes, me dediquei o máximo possível. Infelizmente, tive resultados ruins em decorrência da gravidade dos casos e estou muito chateado porque nunca fui um criminoso, nunca fui mal intencionado, nunca tentei lesar ninguém, sempre tentei fazer o melhor possível”, afirmou Edson Anselmo.

Virgínia divulgou, na sexta-feira (22), um manifesto público no qual afirma que a medicina está em risco no Brasil. “O livre exercício da medicina está em risco no Brasil”, diz trecho do documento. Ela afirma que se o modelo de investigação da polícia paranaense obtiver êxito, qualquer morte em UTI poderá ser considerada imperícia ou mesmo homicídio qualificado. “A ciência médica não pode ser relativizada ou mesmo inviabilizada no seu livre e ético exercício, pelos altos riscos a que doravante estarão expostos os seus profissionais”, diz outra parte do manifesto. O texto ainda classifica a investigação como “o maior erro investigativo e midiático da nossa história”.





Fonte: Do G1

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