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Saúde
Sexta - 05 de Abril de 2013 às 07:48

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Desde que surgiram na internet, as redes sociais conseguiram delinear novas tendências em vários aspectos da sociedade, mas o setor de saúde ainda parece estar se adaptando lentamente quanto às mudanças propostas por essas formas de comunicação virtuais.

Existem páginas criadas por pacientes - como por exemplo PatientsLikeMe.com e Estudiabetes.org, além de comunidades no Facebook sobre doenças específicas - nas quais eles mesmos discutem sobre seus tratamentos, efeitos secundários dos remédios e sintomas, mas, sobretudo, onde compartilham suas experiências para buscar entender melhor as doenças.

O médico de família Salvador Casado, que alterna as consultas tradicionais com o atendimento via redes sociais, destaca que a Medicina 2.0 está em uma fase incipiente, na qual nem profissionais nem pacientes entraram em massa. "Continuamos concentrados no modelo presencial e será preciso mudar a cultura para promover outras opções".

A um clique de distância

"É preciso mudar o paradigma clássico da relação médico-paciente. O tête-à-tête é fundamental, mas as redes sociais e a Medicina 2.0 podem apresentar ajuda em momentos específicos nos quais o paciente precisa de um conselho, uma palavra de ânimo ou uma orientação mais técnica", explica Miguel Ángel Máñez, subdiretor econômico e de recursos humanos do Departamento de Saúde Sant Joan d"Alacant (Espanha) e coordenador do Escritório 2.0 da Agência Valenciana de Saúde.

Máñez, criador de um blog sobre gestão sanitária, indica também que "é fundamental perder o medo das redes sociais". "São uma ferramenta básica para melhorar nosso conhecimento prático das doenças, dos pacientes e de outros profissionais".

O médico Salvador Casado venceu esse medo e agora mistura sua rotina com consultas tête-à-tête e elementos do ciberespaço. Sua "e-consulta" é um complemento digital à tradicional visita ao consultório, e nela o médico faz uso do e-mail, do blog e das redes sociais para se aproximar dos pacientes.

Receios e desconfianças

Os analistas concordam que existe uma reticência maior por parte dos médicos que dos pacientes em aderir totalmente à Medicina 2.0., explica a pesquisadora Helen Atherton, do Imperial College de Londres. "Como os pacientes estão mais acostumados a usar as redes sociais em sua vida diária, têm menos preocupações em utilizá-las que os profissionais da saúde".

O temor de muitos em usar este tipo de canal para se comunicar com seus pacientes até tem fundamento, já que existem aspectos da vida pessoal do médico que, ao serem revelados para o paciente, podem afetar a relação entre as duas partes.

Miguel Ángel Máñez opina que o desafio é "romper as fronteiras da comunicação tradicional e comprovar que a internet pode ser um canal muito útil para melhorar o atendimento ao paciente, e uma ferramenta muito poderosa para que o profissional acredite e divulgue conhecimento".





Fonte: EFE

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