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Cultura
Quarta - 25 de Dezembro de 2013 às 09:17

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 "A culpa é das estrelas", romance sobre o amor de dois adolescentes com câncer, é a ficção mais vendida em livrarias brasileiras desde setembro. Do lançamento em 2012 até agora, foram 420 mil cópias vendidas no país, segundo a editora Instrínseca. Além de popularizar nome do autor americano John Green, o sucesso pode ajudar um público específico da obra: adolescentes que, assim como a protagonista Hazel Grace, passam por tratamentos contra tumores.
A psiquiatra Carolina Marçal, que atende crianças e adolescentes com câncer no hospital A.C. Camargo, em São Paulo, diz já ter indicado o livro para pacientes, para melhorar o conforto e o bem estar. "É sempre bom ter um livro para recomendar, para não se sentirem sozinhos. Como a doença afasta da vida social e escolar, eles conseguem se identificar e ficar mais tranquilos."
Quem levou "A culpa é das estrelas" ao conhecimento da psiquiatra foi a paciente Carolina Sapporito, de 17 anos. Fã da história, ela também fez com que a avó, a irmã e a mãe lessem. A médica aprovou a leitura conjunta: "Melhora o conforto da família toda".
Carolina e sua família não estão sozinhas entre os fãs. Em pesquisa recente do site Amigosecreto.com, este foi o livro mais pedido em amigos-ocultos de fim de ano no Brasil. A página brasileira de "A culpa é das estrelas" no Facebook já tem mais de 90 mil seguidores – na maioria jovens que, mesmo sem ter passado pelo drama de Hazel, se comoveram. Segundo o site Publishnews "A culpa é das estrelas" supera as vendas em 2013 do romance erótico "50 tons de cinza". Em 2013, entre as ficções, ficou atrás apenas de "Inferno", de Dan Brown, com o herói de "O código da Vinci".
 
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Atriz de "Os descendentes" doa cabelo para crianças com câncer
Eu empatizei com a menina. Ela tem 16, eu também tinha quando li - agora fiz 17. Ela também tem câncer no rim. Achei bem bonita a história. Mesmo sendo triste (...) Comecei a ler pela segunda vez. Vou chorar litros vendo o filme"
Carolina Saporito, fã de "A culpa é das estrelas"
"Melancolia, doçura e humor"
O autor John Green, de 36 anos, trabalhou em um hospital infantil nos EUA após sair da faculdade. A experiência o ajudou a escrever "A culpa é das estrelas". O livro foi definido pelo "New York Times", no início de 2012, período em que liderou o ranking de vendas do jornal, como uma mistura de "melancolia, doçura, filosofia e humor". A heroína do livro é a esperta jovem Hazel, de 16 anos, diagnosticada com câncer desde os 13, que encontra conforto em um romance (fictício) chamado "An Imperial Affliction" (Uma Aflição Imperial).
Com a mesma idade que a personagem principal, a brasileira Carolina Sapporito começou a ler "A culpa é das estrelas", por indicação de um colega da escola. "Eu achei bem emocionante, chorei em várias partes do livro. Eu empatizei com a menina. Ela tem 16, eu também tinha quando li - agora fiz 17. Ela também tem câncer no rim. Achei bem bonita a história. Mesmo sendo triste", diz.
A maratona de consultas, terapias em grupo, e tratamentos que, mesmo bem sucedidos, podem ter que se reiniciar caso o tumor retorne, move a trama de "A culpa é das estrelas" – e também faz parte da vida de Carolina. "A minha história é longa, tem 14 anos que estou nessa luta. Quando eu tinha 3 anos, fiz cirurgia e quimioterapia. Fiquei careca, tudo. Estava tudo bem. Passaram sete anos e eu estava curada. Fazendo exame de rotina, apareceu novamente." Desde então, o câncer já foi tratado e voltou mais duas vezes. "Agora estou convivendo com ele, não cresce e não atrapalha", diz Carolina.
A avó de Carolina foi convencida a ler o romance também. "Para mim foi muito triste, pois eu estava vivenciando tudo aquilo descrito no livro. Convivo com isso praticamente há 15 anos, foi muito triste. Foi muito difícil de ler achei uma história muito bonita". A "coragem e a generosidade" da jovem personagem marcaram Lidia Saporito, de 66 anos.
Depois de passar o livro pela família, Carolina pegou de novo para ela. "Comecei a ler pela segunda vez. Vou chorar litros vendo o filme", diz. Ela se refere à adaptação da obra em Hollywood, que vai ser protagonizada pela atriz Shailene Woodley – indicada ao Globo de Ouro em 2011 por "Os descendentes". John Green chamou jovens com câncer para participarem da produção, como atores secundários. A previsão de estreia nos EUA é para junho de 2014, e ainda não há data marcada para o filme no Brasil.




Fonte: G1

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