Luciano Candisani está entre os principais fotógrafos de natureza. Com uma foto de um jacaré no Pantanal, ele recebeu um prêmio do Museu de História Natural em Londres.
Foto de jacaré dá prêmio a fotógrafo brasileiro especialista em natureza
Candisani estudou sobre jacarés para fotografá-los (foto: Luciano Candisani - reprodução GloboNews)
“Meu objetivo principal era procurar lugares onde a água da inundação dos campos escoa de volta para os rios, no período conhecido como vazante. Nessa época, as águas ficam muito claras e funcionam como uma janela para o fundo dos rios pantaneiros”, explica o fotógrafo sobre seu período no Pantanal.
Foram diversas fotografias impressionantes feitas na região e uma delas rendeu a Candisani um dos mais importantes prêmios de fotografia de natureza: do Museu de História Natural em Londres, na Inglaterra. A imagem, ‘Na boca de um jacaré’, foi tirada no Rio Negro.
“O animal está no fundo da vazante, de boca aberta e com peixes em volta, esperando o momento de abocanhar sua presa”, conta ele sobre o momento do registro. O fotógrafo disse que observou o comportamento dos jacarés, o que o permitiu ficar perto do animal para registrar aquele momento.
A foto, inclusive, desencadeou o debate sobre a proteção do Pantanal. “Eu pude falar das águas pantaneiras em várias palestras na Europa”, destaca.
Reconhecido internacionalmente
Luciano está entre os mais importantes fotógrafos de natureza da atualidade. Ele é o único brasileiro indicado para ser integrante permanente da Liga Internacional dos Fotógrafos da Conservação.
A Liga foi criada nos Estados Unidos por fotógrafos e editores da revista ‘National Geographic’ com o intuito de reunir um grupo de profissionais, dentro do jornalismo voltado para o meio ambiente. Para participar do grupo é preciso preencher dois critérios: excelência fotográfica e capacidade de mover as pessoas em direção à conservação.
A partir da associação, Candisani já participou de uma expedição em recifes nas Filipinas, área ameaçada pela pesca pedratória. No Brasil, eles visitaram a região dos Abrolhos, na Bahia, e o Atol das Rocas, no Rio Grande do Norte.
Ligação com o meio ambiente
Candisani começou a fotografar com 14 anos, mas na hora da escolha profissional acabou escolhendo o curso de biologia. "Sem querer, fiz uma ótima escolha. O curso me abriu a oportunidade de começar profissionalmente como fotógrafo de expedições científicas", explica ele.
Por causa do curso, Luciano foi trabalhar no Instituto Oceanografia, que o ajudou a começar como fotógrafo de expedições científicas. Em 1995, o fotógrafo foi para duas expedições à Antártida, onde fez fotografias da vida debaixo da água congelada do mar, um trabalho até então inédito. “Foi isso que abriu as portas das primeiras publicações importantes e me permitiu iniciar uma carreira de fotojornalista especializado em temas de meio ambiente e conservação”, conta Candisani.
Luciano já tem sete livros publicados e todos com o mesmo objetivo: usar a imagem como bandeira para despertar o interesse pela conservação.
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