Localizada na tarde desta terça-feira por policiais do 40º BPM (Campo Grande), uma mulher confessou o sequestro da bebê Jenifer da Silva Araújo, de 13 dias, levada na última segunda-feira numa região próxima a um posto de saúde do Recreio, na Zona Oeste do Rio. Identificada como Michele Vieira Melo, de 24 anos, ela está se dirigindo à Divisão de Homicídios (DH), responsável pelo caso, onde prestará depoimento. Aos PMs, ela não falou sobre um possível envolvimento no assassinato de Diana Oliveira da Silva, de 33 anos, mãe da criança, cujo corpo trazia sinais de asfixia.
Mesmo assim, Michele será indiciada por homicídio e sequestro (este segundo crime em flagrante). No caso do homicídio, foram encontrados em sua casa objetos da mãe do bebê: pedaços de roupa e da bolsa de Diana.
Segundo o comandante do 40º BPM, tenente-coronel Jorge Damião, Michele foi encontrada a partir de uma denúncia feita pelo Disque-Denúncia (2253-1177). Ela estava com o bebê numa casa em Inhoaíba, também na Zona Oeste, e chegou a afirmar que a criança seria sua filha. A história contada pela mulher, de que teria vindo há pouco tempo de Minas Gerais e dado à luz no caminho para o Rio, não convenceu os policiais, que a conduziram à 35ª DP para averiguações.
Em seguida, Michele foi levada ao Hospital estadual Rocha Faria, em Campo Grande, onde exames poderiam confirmar sua suposta gravidez recente. Foi na unidade que ela, então, confessou o sequestro. Ainda de acordo com a Polícia Militar, testes clínicos serão realizados para confirmar que a criança é, realmente, Jenifer - além disso, parentes foram convocados para tentar fazer o reconhecimento.
Vídeo mostra suspeita
Câmeras de segurança de um prédio na Rua Guiomar Novaes, no Recreio dos Bandeirantes, flagraram o momento em que Diana Oliveira, encontrada morta nessa segunda-feira, entra num matagal com a filha, de apenas 13 dias, no colo, acompanhada de uma mulher, que ainda não foi identificada ou confirmada como sendo Michele. Quinze minutos depois de elas entrarem no local, às 12h20 de segunda-feira, a mulher, principal suspeita da morte de Diana e desaparecimento de sua filha, sai do matagal apenas com a criança em seu colo.
O local que aparece no vídeo, que está em posse da Polícia Civil, fica bem próximo ao posto de saúde no qual Diana teria sido abordada por um casal, ao lado da comunidade do Terreirão. Até chegarem ao matagal onde entraram, a mãe da criança e a mulher seguem conversando.
Imagens também no BRT
Na segunda-feira, o delegado Fábio Cardoso, da Divisão de Homicídios (DH), disse que também já tinha imagens do BRT Transoeste, que mostrariam uma mulher com um neném fugindo num ônibus com destino a Santa Cruz.
— A mãe foi encontrada com panos ao redor do rosto e do pescoço e com as mãos amarradas para trás. A causa da morte foi confirmada, pelos peritos, como asfixia — contou Cardoso.
O corpo da mulher foi encontrado em um terreno próximo à unidade hospitalar, onde foi fazer um curso de amamentação. O marido da vítima e pai da criança, Francisco de Assis, foi ao local e reconheceu o corpo. Ele afirmou ao EXTRA que a mulher, no dia anterior ao curso, não queria ir ao posto e não disse o motivo.
— Não tenho ideia do que aconteceu. Não conheço essa mulher que levou Jenifer. Viemos do Ceará em 2008 e estávamos construindo uma vida aqui. Tenho um emprego e minha mulher ia começar a trabalhar como doméstica. Agora perdi minha mulher e minha filha está com criminosos — disse Francisco.
Chá de bebê
No fim de semana, Francisco e Diana fizeram um chá de bebê com os amigos. O casal mora na comunidade do Terreirão, na Zona Oeste. A família de Diana mora em Boa Viagem, no Ceará, e ficou sabendo do que aconteceu na noite desta segunda-feira. Os pais de Diana querem que o corpo seja velado na terra natal da mulher. Entretanto, a família não tem recursos para o transporte do corpo.
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